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A Marca da Água tem como protagonista a premiada atriz Patrícia Selonk (à esquerda) | Divulgação
A Marca da Água tem como protagonista a premiada atriz Patrícia Selonk (à esquerda)| Foto: Divulgação
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Fringe

Confira a seguir alguns destaques desta quinta-feira na Mostra Paralela:

Árvores Abatidas ou para Luís Melo

Nesta polêmica e aplaudida montagem da Marcos Damasceno Companhia de Teatro, estreada em 2008, um famoso ator dos palcos brasileiros é homenageado em um jantar. Uma das convidadas, vivida pela atriz Rosana Stavis, acaba se percebendo cercada por artistas medíocres e começa a refletir sobre sua vida, ao mesmo tempo em que uma velha amiga sua é enterrada. Hoje, na Casa do Damasceno, às 23 horas. Mais apresentações nos dias 29, 30 e 31, às 19 horas.

O Caminho do Bem: A Comédia Filosófica da Terça Insana

Palestra gratuita com Grace Gianoukas, atriz, diretora, autora de textos, idealizadora de projetos culturais, cronista e produtora. A artista fala sobre sua particpação no projeto Terça Insana. Às 14 horas, no Sesc Paço da Liberdade.

A Incrível História de Marileide e Michael Jackson

Integrante da Mostra Novos Repertórios, a montagem conta a história de uma brasileira miserável, fã do pop star norte-americano, que também é um personagem da peça, imerso em profunda crise existencial. Com texto de Fernando Bonassi, o espetáculo é assinado por Rafael Camargo e traz Gabriel Gorosito, Marcel Szymanski, Moa Leal e Rosana Stavis no elenco. Às 18 e às 21 horas, no Teatro HSBC (Palácio Avenida).

Cabaré dos Palhaços

Circo, dança, música, comédia stand-up, teatro e muita palhaçada é o que se vê no palco deste espetáculo dos curitibanos da Cia. dos Palhaços, que integra a Mostra Seu Nariz. O objetivo do grupo é aproximar artistas da cidade em uma grande troca de experiências. Única apresentação hoje, no Espaço Cultural Cia. dos Palhaços, às 20 horas.

Wunderbar

Releitura transgênero de Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll, esta montagem da companhia O Estábulo de Luxo, que integra a Mostra Coletivo de Pequenos Conteúdos, tem como referência o teatro de variedades. Hoje, às 22 horas, no TUC – Teatro Universitário de Curitiba, na Galeria Júlio Moreira. Mais apresentações nos dias 29, às 16 horas; 30, às 19 horas; 31, às 22 horas; e 1º de abril, às 16 horas. Classificação indicativa: 16 anos.

Programe-se

A Marca da Água

Teatro da Reitoria (R. XV de Novembro, 1.299), (41) 3360-5066. Dias 28 e 29, às 21 horas. R$ 60 e R$ 30 (meia-entrada). Classificação indicativa: 14 anos.

O Armazém tem uma história íntima com o Festival de Teatro de Curitiba, que o grupo londrinense frequenta desde 1997. Os 25 anos de companhia estável, hoje instalada no Rio de Janeiro, dizem muito a respeito do tema de A Marca da Água, espetáculo que o coletivo apresenta hoje e amanhã na Reitoria. A memória – o que escolhemos lembrar e as "edições" que a mente faz do passado – é protagonista desta e das duas peças anteriores do grupo, Antes da Coisa Toda Começar e Inveja dos Anjos, ambas apresentadas em festivais passados com ótima repercussão.

"A memória é uma questão central na vida. A gente vive de contar histórias, e assim afirma que está vivo", diz o diretor Paulo de Moraes, que falou a jornalistas ontem, no Memorial de Curitiba.

Desta vez, esse "estado de recordação" é detonado por uma doença neurológica que acomete a personagem Laura (Patrícia Selonk), desde a infância. Uma cirurgia a ajudou a viver normalmente, mas agora, aos 40 anos de idade, ela sente novamente sintomas que tinha quando criança. Entre eles, o fato de ouvir uma música continuamente. Tudo isso detonado pelo surgimento de um peixe em seu jardim.

"Começamos investigando a água dentro do corpo, na cabeça, e a coisa subiu para o cérebro... então construímos a narrativa", confessa Moraes.

O diretor frisa que a trama, no fundo, não é o mais importante. "São delírios e lembranças. O passado dela vai ganhando nitidez, enquanto seu presente fica opaco. Ao invés de procurar a cura, ela embarca no que está sentindo para viver de forma mais completa."

Música

A presença da música ligada à doença da mente é abordada na obra do biólogo Oliver Sachs, que serviu de fonte para o grupo durante a pesquisa para a montagem da peça.

E a trilha sonora tem um papel fundamental nos trabalhos do grupo desde 2007, quando, em Mãe Coragem e Seus Filhos, todos tiveram interesse em tocar instrumentos – o que vêm fazendo com a ajuda do diretor musical Rico Viana.

Em A Marca da Água, há uma cena em que cinco atores tocam acordeões, acompanhados por violão, num arranjo de Viana que materializa o som que a protagonista ouve repetidamente.

Premiada com troféus importantes do teatro brasileiro, como o Prêmio Shell (etapa Rio de Janeiro, na categoria texto, para Maurício Arruda e Paulo de Moraes), a companhia paranaense alcança agora sua oitava participação no Festival de Curitiba.

Esgotadas

Com o início do festival, as filas para comprar ingressos tornaram-se frequentes nas bilheterias instaladas nos shoppings Barigui, Palladium e Mueller. Até ontem, estavam esgotadas as entradas para A Arte e a Maneira de Abordar Seu Chefe para Pedir um Aumento, O Médico e o Monstro, Em Nome do Jogo, Esta Criança (incluindo a sessão extra), O Espelho, Haikai e O Líquido Tátil.

Interação em mesas de bar

Consagrados no Prêmio Shell pelos seus 28 anos de pesquisa, o grupo paulista Lume se apresenta hoje e amanhã, às 21 horas, no Centro de Eventos Sistema Fiep, com Os Bem Intencionados. A peça é uma reflexão de um grupo de artistas sobre a profissão, e se passa em um ambiente de bar/cabaré, que será recriado no espaço. O espectador, portanto, é participante das cenas, que acontecem entre as mesas. "Nosso foco nesses anos é estudar as diversas maneiras de lidar com o público", explica o ator Ricardo Puccetti. Segundo o ator Carlos Simioni, a plateia perceberá aproximações e distanciamento. "Tem horas que o espectador participa, e depois assiste a uma pequena cena, como se estivesse no sonho do personagem." Ainda há ingressos disponíveis.

Palavra ritmada

Pansori Brecht Ukchuk-ga é uma versão sul-coreana de Mãe Coragem e Seus Filhos, de Bertolt Brecht, que terá apresentações hoje e amanhã, no Teatro Positivo. A peça, com duração de cerca de duas horas e meia, traz a artista JaRam Lee, que canta no estilo tradicional de seu país, o pansori, desde os 4 anos de idade. Com legendas em português, ela cantará e interpretará uma história inspirada na saga de uma mulher que atravessa os horrores da guerra. Com o acompanhamento de percussão tipicamente asiática, o espetáculo promete um show de palavra ritmada e a oportunidade de conhecer uma tradição pouco difundida no Brasil. À Gazeta do Povo, JaRam contou ter sido muito aplaudida em apresentações anteriores em países ocidentais.

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