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Benicio Del Toro como Ernesto “Che” Guevara: papel que ele nasceu para fazer | Divulgação
Benicio Del Toro como Ernesto “Che” Guevara: papel que ele nasceu para fazer| Foto: Divulgação

Por causa da quinta Cúpula das Américas, encerrada no último domingo, a relação dos Estados Unidos de Barack Obama com a Cuba de Raúl Castro foi um dos temas quentes da semana passada.

Por acaso, o noticiário político internacional criou um contexto para a estreia de Che em Curitiba. A partir desta sexta-feira, a cidade pode conferir a "Parte Um" do longa-metragem – e poucas vezes essa expressão fez tanto sentido, pois se refere a um filme de quase quatro horas e meia de duração – que o diretor Steven Soderbergh fez sobre o revolucionário argentino Ernesto "Che" Guevara (1928-1967).

Na verdade, Soderbergh rodou dois filmes distintos, O Argentino e Guerrilha, os exibiu juntos em festivais de cinema, mas os separou para o lançamento no mercado.

O primeiro, que entra em cartaz agora, fala sobre o embate da milícia liderada por Fidel Castro, hoje com 82 anos, e Che contra o exército de Fulgêncio Batista em Cuba, no ano de 1959.

A ação em cores no meio da selva é entrecortada pela participação em preto-e-branco de Che – o papel que Benicio Del Toro nasceu para fazer – na assembleia geral das Nações Unidas, em Nova Iorque, em 1964.

A "Parte Dois" deve chegar aos cinemas em julho e mostra Che tentando levar a revolução para a Bolívia e encarando a morte em 1967 pelas armas dos militares bolivianos.

Che, o filme, é baseado nas memórias de Guevara (Reminiscences of the Cuban Revolutionary War) e teve como consultor o jornalista Jon Lee Anderson, autor de Queda de Bagdá e da biografia Che Guevara (Objetiva), de quase mil páginas.

Apesar das credenciais, a cinebiografia não parece preocupada com política. Ícone latino-americano, Che surge na tela como um ser sobre-humano, capaz tanto de delicadezas no tratamento de uma aldeã idosa, quanto de atitudes extremas quando as regras que estabelece são quebradas. Um médico argentino disposto a qualquer sacrifício – qualquer mesmo – em nome da revolução. Às vezes, se tem a impressão de que ele não era de carne e osso (e charuto, que fumava muito, apesar da asma).

Quando se retrata uma personalidade no cinema, em geral, é preciso decidir que caminho tomar. E fica mais fácil se ele se resumir a um adjetivo. Gandhi: santo. Hitler: recalcado. George W. Bush: tonto. Nessa lógica, Che: mitológico. GGGG

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