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Rio de Janeiro - Representantes do Ministério da Cultura (MinC) e da família do artista plástico Hélio Oiticica (1937-1980) estimam que pelo menos 70% do acervo do artista poderá ser restaurado pelos cinco técnicos do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) que trabalham na recuperação das obras. Elas foram atingidas por um incêndio na casa onde estavam guardadas, no bairro Jardim Botânico, na Zona Sul do Rio, há duas semanas.

Segundo o secretário-executivo do Minc, Alfredo Manevy, os técnicos conseguirão salvar trabalhos importantes de Oiticica, como "metaesquemas", "bólides" e obras de sua participação no Grupo Frente. Essas fazem parte do grupo de 2,2 mil peças que poderão ser recuperados. Logo depois do incêndio, parentes do artista chegaram a imaginar que a maioria do acervo tivesse sido destruída. Cerca de 90% das obras de Oiticica estavam guardadas na casa que pegou fogo.

Secagem

Os técnicos do Ibram agora estão trabalhando para desumidificar as obras atingidas pela água usada para apagar o incêndio. Para isso, estão sendo usados secadores emprestados por museus de todo o país. O próximo passo será restaurar as peças queimadas.

Algumas obras não poderão ser recuperadas, como os "monocromáticos" e "parangolés". No caso desses últimos, no entanto, a ideia é criar réplicas do trabalho original do artista. "Os parangolés trabalham o conceito de interatividade. Nesse sentido, a reconstrução talvez seja mais original do que o original", disse César Oiticica Filho, curador do Projeto Oiticica.

O secretário de Política Cultural do MinC, José Luiz Herência, anunciou o apoio do governo a uma mostra sobre o artista em 2010. "Queremos fazer uma homenagem e popularizar a obra do Hélio, levando-a a todas as regiões do País." A exposição deve começar em março, por São Paulo, e seguir para Brasília, onde fará parte das comemorações dos 50 anos da capital.

Segundo Herência, um curto circuito no desumidificador é uma das hipóteses para a causa do incêndio. "Essa tragédia aconteceu em relação ao acervo de uma família que sempre conseguiu guardar as obras em condições e normas próximas do ideal", disse o secretário do MinC.

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