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| Foto: Arquivo pessoal

O ensaísta, poeta e romancista paranaense Noel Nascimento, autor de livros como o premiado Arcabuzes, morreu na noite do último domingo, 23, aos 87 anos, vítima de complicações no pós-operatório de uma cirurgia no úmero.

Nascido em Ponta Grossa, em 1925, e formado em Direito, Nascimento dedicava-se à carreira de escritor desde que se aposentou como promotor do Ministério Público, em 1979, quando a Anistia o reconduziu ao cargo após sua cassação pelo regime militar. Ele foi preso duas vezes. A perseguição pela ditadura aconteceu por conta da defesa dos camponeses que aparecia em obras, como Casa Verde, conforme conta o também escritor e promotor do Ministério Público estadual Rui Cavallin Pinto, colega de Nascimento na Academia Paranaense de Letras. "Ele foi um poeta social. Era um reformador, tinha um sentimento social muito forte", diz.

Beatriz Leme Gonçalves Nascimento, casada com Noel há mais de 30 anos, ressalta que os ideais do escritor eram cristãos. "Ele dizia que se não houvesse mais nenhum livro no mundo – apenas o sermão da montanha e o ‘amai-vos uns aos outros’ – não se precisava de mais nada", conta. "Ele era profundamente humano, solidário e humilde".

Esta marca da personalidade se aplicava ao trabalho intelectual do escritor, conforme lembra o sobrinho, Raphael Guilherme de Carvalho. "Ele gostava de se definir como um ‘pequeno intelectual’, um divulgador de ideias", explica. "Mas era um homem moderno, progressista e utópico." Para o escritor Deonísio da Silva, Noel Nascimento foi um dos melhores romancistas do Sul do país da geração pós-Érico Veríssimo.

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