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Nina Simone e Antony Hegarty (do Antony and the Johnsons) são alguns dos nomes mais invocados para tentar dar uma ideia do que é a música do inglês Benjamin Clementine, de 27 anos. Mesmo assim, quem mergulha em seu álbum de estreia, “At Least For Now”, se vê diante de um enigma: de onde vem essa voz tamanha que, acompanhada apenas de piano, mais alguma percussão e cordas, expõe dramas e pensamentos, além de contar histórias, com tanto sentimento?

Filho de ganeses (que se divorciaram quando ele tinha 13 anos), criado em Edmonton (subúrbio ao norte de Londres), Benjamin teve uma infância sofrida e solitária. Seus únicos amigos eram os livros da biblioteca do colégio e o piano, que começou a tocar aos 15, após ouvir as “Gymnopédies”, de Erik Satie.

De Tom Waits a Cohen e Satie

Uma espécie de Nina Simone de calças, influenciado por Eric Satie, Chopin, Tom Waits, George Brassens, Leonard Cohen. É muita pretensão, não? Mas é verdade.

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Aos 19, brigado com os pais e com apenas 60 libras no bolso, ele se mandou para Paris, onde viveu na rua, em abrigos e hotéis baratos (cuidando de guardar seus parcos pertences debaixo da cama), enquanto se sustentava cantando no metrô. Um dia, foi descoberto por um empresário, que o levou para gravar seu primeiro EP, com canções próprias, “Cornerstone” (2013). Mas a França lhe seria generosa de mais de uma maneira.

“Artistas como Bob Dylan e David Bowie sofreram influência da canção francesa, que é muito calcada na letra. É uma melodia, um instrumento e a poesia”, diz.

Não canto como Stevie Wonder, não toco piano como Mozart ou Ray Charles. Uso o piano para falar às pessoas das minhas experiências e ambições.

Benjamin Clementine músico.

A originalidade, tão perseguida pelos artistas sérios, é uma característica que Benjamin considera natural aos seres humanos. “Todos somos únicos, podemos falar das coisas do nosso jeito. Algumas pessoas não acreditam nisso, outras não querem fazer isso, ou então preferem fazer algo que outros estão fazendo. Tudo bem”, diz.

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