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Imagem do Allianz Parque,em São Paulo, à espera do Iron Maiden neste sábado: mais de 40 mil pessoas. | /Divulgação
Imagem do Allianz Parque,em São Paulo, à espera do Iron Maiden neste sábado: mais de 40 mil pessoas.| Foto: /Divulgação

Mais de 40 mil pessoas assistiram ao último show da turnê latino-americana do Iron Maiden. Quem esteve no Allianz Parque, na zona Oeste de São Paulo, pôde ouvir um som alto, pesado e de boa qualidade.

Quando se escuta “Doctor Doctor”, clássico do UFO (banda na qual o Maiden se inspirou e se inspira), já se sabe que o show está prestes a começar. Os fãs começam a cantar, mesmo sem a banda no palco. Já eram 21h19. O show estava marcado para as 21h, mas ninguém parecia se importar com o atraso.

O vocalista Bruce Dickinson surge de um púlpito cinza, em um cenário místico, com tochas, pirâmides e fumaça.

Show

O espetáculo começou às 21h23 com “If Eternity Should Fail”, música que também inicia o álbum “The Book of Souls” (de 2015, 16.° em quase quatro décadas de banda, só contando os de estúdio).

Setlist

1. If Eternity Should Fail

2. Speed of Light

3. Children of the Damned

4. Tears of a Clown

5. The Red and the Black

6. The Trooper

7. Powerslave

8. Death or Glory

9. The Book of Souls

10. Hallowed Be Thy Name

11. Fear of the Dark

12. Iron Maiden

Bis

13. The Number of the Beast

14. Blood Brothers

15. Wasted Years

Ela é sucedida por “Speed of Light”, do mesmo álbum, que já nasceu com cara de clássico.

As novas faixas contém parte da marca registrada do Maiden: refrões fortes e fáceis de cantar e solos que permitem que a plateia acompanhe com o tradicional “ô ô ô”.

A aposta da banda era rechear o show com músicas novas (seis de um total de 15). O álbum novo até empolgou os fãs, mas clássicos são sempre clássicos.

Entre as novidades está a pesada e profunda “Tears of a Clown”, homenagem ao ator Robin Williams, morto em 2014. “The Red and the Black”, candidata a épico, veio depois e agradou a multidão.

Clássicos

A empolgação ficou por conta do repertório clássico. Entre as faixas esteve excelente execução de “Children of the Damned”, de 1982, que mostrou a perene potência vocal de Dickinson.

Entre as melhores da noite está “Powerslave”, do álbum homônimo de 1984, que fez o público vibrar e relembrar a turnê de 2008-2009, composta somente por músicas da “era de ouro” da banda, da década de 1980.

A macabra e profunda “The Book of Souls” é a deixa para o bonecão de Eddie, mascote da banda, entrar no palco e interagir com os componentes e arrancar urros do público. Ele, com seus três metros de altura, usa pinturas tribais (à la Olodum) e, no meio da performance, tem seu coração roubado por Bruce Dickinson. O “órgão” foi atirado ao público.

A banda parte para os clássicos. É a vez da famigerada “Fear of the Dark”, celebrada e cantada por todo o estádio. “Iron Maiden”, de 1980, vem logo antes do bis. No meio da música, entra em cena um busto gigante do Eddie, que rouba a cena ao ocupar boa parte do palco.

Como no resto da turnê brasileira, o encerramento começa com “The Number of the Beast”, que tem 34 anos de idade, mas um frescor de recém-lançada (um Belzebu gigante surge no palco).

Antes de tocar “Blood Brothers” (2000) Dickinson brincou com a rivalidade Rio-São Paulo e, para amenizar, disse: “Vocês são todos brasileiros”. A faixa que termina o espetáculo é “Wasted Years”, de 1986.

Guitarras

O Iron Maiden é uma das poucas bandas que usa três guitarristas. Dentre eles, o posto de “acrobático” vai para Janick Gers, que entretém o público entre um solo e outro com malabarismos com a guitarra.

Os sons dos instrumentos da banda são claros e fortes. O baixo bem marcado de Steve Harris pode ser ouvido a distância. O baterista Nicko McBrain, praticamente incorporado ao cenário, ri o tempo todo como se tocar daquele jeito por quase duas horas fosse fácil.

Os menos extravagantes Adrian Smirh e Dave Murray, ao solarem com suas guitarras, dão brilho às músicas do Maiden, que recentemente têm até mesmo superado a marca dos dez minutos.

Outros atrativos do espetáculo, além da pirotecnia, são as trocas de cenário e do figurino do vocalista Bruce Dickinson, que recentemente se recuperou de um câncer na língua.

Entre as caracterizações, estão a de combatente da segunda guerra, de homem condenado à forca e de uma espécie de pajé místico sedento de poder

Abertura

The Raven Age, banda de George Harris, filho do fundador do Maiden, Steve Harris, abriu a noite e não chegou a empolgar o público, apesar de mostrar qualidade na execução de suas músicas.

O estilo da banda é mais cru e menos épico que o do Maiden, em algum lugar entre o tradicional metal britânico, o trash e o power metal.

Depois deles, foi a vez da pesadíssima e veloz banda de trash metal americana Anthrax, convidada especial no trecho latino-americana da turnê do Maiden. O show em São Paulo marcou o fim da parceria.

Foi a alegria dos headbangers mais tradicionais, que puderam aquecer gogós e pescoços para o ótimo show que veio em seguida. A banda divulga seu novo álbum “For All Kings”.

A primeira surpresa da noite veio no final do show do Anthrax, com a participação do guitarrista brasileiro Andreas Kisser, da banda Sepultura. O temporário sexteto tocou a introdução de “Refuse/resist”, da banda brasileira além da música Indians, da banda americana.

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