Lançamentos da semana: de releitura de Chico a Shakespeare pop

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Beyoncé. “Lemonade”. Pop.

Cerca de 24 horas depois de ser lançado no Tidal junto com a transmissão de um filme de uma hora na HBO no último sábado (23), “Lemonade”, o aguardado novo disco da diva pop Beyoncé, já estava sendo aclamado pela crítica. O sexto álbum da cantora está sendo considerado seu trabalho mais poderoso e ousado musicalmente, com uma produção de ponta que incorpora gêneros variados. Entre os convidados, estão nomes igualmente incensados – Jack White (na faixa “Don’t Hurt Yourself”), o hitmaker The Weeknd (“6 Inch”), o queridinho da música eletrônica James Blake (em “Forward”) e o premiado rapper Kendrick Lamar (“Freedom”). Tão esperado quanto os novos álbuns de Rihanna (“Anti”) e de Kanye West (“The Life of Pablo”), considerados trabalhos pop com pretensões experimentais, “Lemonade” foi recebido como um álbum mais coeso que seus antecessores. O disco já está disponível para compra digital no iTunes.

Hamilton de Holanda. “Samba de Chico”. MPB.

Provavelmente um dos músicos mais prolíficos do Brasil hoje, o bandolinista Hamilton de Holanda acaba de lançar mais um disco – desta vez, uma coleção de releituras de canções de Chico Buarque. A maioria delas é instrumental, mas há faixas com vocais gravados por convidados: o próprio Chico gravou “A Volta do malandro” e “Vai trabalhar vagabundo”; e a cantora espanhola Silvia Pérez Cruz interessantes interpretações de “O meu amor” e “Atrás da porta” (parceria de Chico com Francis Hime). Hamilton, inventor de sua própria escola de bandolim, leva o cancioneiro do compositor pelo universo do samba e do choro com sotaque jazzístico e eventuais mergulhos introspectivos (como em “Samba e Amor”).

A$AP Ferg. “Always Strive and Prosper”. Rap.

Um dos fundadores do coletivo de hip-hop A$AP Mob, ASAP Ferg (nome artístico do rapper nova-iorquino Darold Ferguson, Jr.) lançou seu segundo álbum na última sexta-feira (22). O disco tem faixas de orientação mais pop e batidas e texturas ecléticas de produtores como Skrillex – que conduzem as faixas por estilos como o trap e o EDM –, e traz participações de convidados como Chris Brown e Missy Elliott. Para a crítica especializada no gênero, “Always Strive and Prosper” tira o nome de Ferguson do segundo plano do coletivo, que também lançou ASAP Rocky, e ajuda a firmar o rapper como artista solo.

Rufus Wainwright . “Take All My Loves: Nine Shakespeare Sonnets”. Clássica/Crossover.

O cantor e compositor canadense-americano Rufus Wainwright resolveu homenagear os 400 anos de morte de William Shakespeare com um álbum de sonetos do Bardo interpretados pela soprano austríaca Anna Prohaska e por convidadas como Helena Bonham Carter, Carrie Fisher, Florence Welch (de Florence + the Machine). Os arranjos às vezes teatrais, com elementos de música orquestral e popular de variados estilos, deram um resultado que dividiu a crítica, que considerou o álbum irregular.

Catfish and the Bottlemen. “7”. Indie rock.

O single da banda britânica Catfish and the Bottlemen é o segundo a ser retirado do álbum “The Ride”, com lançamento previsto para 27 de maio. Após recentemente ganhar o prêmio de Revelação nos Brit Awards com o CD de estreia, “The Balcony”, o grupo divulgou a nova música que segue a mesma linha indie rock das composições anteriores, com influência de bandas como Oasis, The Strokes e The Streets.