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Mamonas Assassinas morreram em acidente aéreo em 1996 | Divulgação/
Mamonas Assassinas morreram em acidente aéreo em 1996| Foto: Divulgação/

Sete meses. Esse foi o tempo que a banda Mamonas Assassinas - formada por Dinho, Júlio, Samuel, Bento e Sérgio- teve para curtir o sucesso, conquistado com letras bem-humoradas e roupas despojadas.

Mas, 20 anos depois do fim trágico do grupo, ele ainda é lembrado pela irreverência. No dia 2 de março de 1996, o avião que trazia a banda de Brasília não conseguiu pousar, arremeteu e se chocou contra a serra da Cantareira, em São Paulo, matando a tripulação e os cinco integrantes.

“Veja o quanto eles foram especiais: o tempo de carreira do grupo foi muito menor do que o tempo passado da morte deles até hoje. Mesmo assim, é possível ainda sentir o carinho das pessoas”, diz Samy Elia, que foi empresário da banda.

O disco dos Mamonas Assassinas, lançado em junho de 1995, chegou a 2 milhões de cópias vendidas até a data do acidente. Um ano depois do lançamento, foi a 3 milhões.

Assim que estourou, o quinteto ganhou a simpatia do público brasileiro, e seus shows por todo o Brasil quase sempre tinham lotação máxima.

“Eles tiveram uma identificação com o povo brasileiro. As pessoas se viam nos Mamonas, por serem garotos simples da periferia que tinham alegria e vontade de vencer”, afirma Rick Bonadio, produtor do CD.

As canções deles, que não saíam das emissoras de rádio, tiravam sarro de portugueses (“Vira-Vira”), de nordestinos (“Jumento Celestino”), do pagode (“Lá Vem o Alemão”) e até dos bichos (“Mundo Animal”). “Ninguém vai conseguir fazer humor em música tão bem quanto os Mamonas. Até mesmo porque, hoje, não há liberdade para fazer tanta piada com tudo”, afirma Bonadio.

Mas o conjunto não encantou logo de início. Elia conta que as rádios não queriam tocar as composições dos Mamonas, por achá-las debochadas demais. “A 89 FM, em São Paulo, e a Rádio Cidade, no Rio, foram as primeiras. Quando “Vira-Vira” entrou nas listas das mais pedidas, as outras rádios tiveram de abrir espaço.”

Até que o Brasil ficou pequeno para o quinteto. Naquele 1996, o grupo faria uma turnê em Portugal.

Televisão

Alguns canais de televisão lembrarão a data amanhã e homenagearão os Mamonas Assassinas. O Multishow é um deles. O canal pago preparou uma programação especial para os fãs da banda. O “TVZ”, programa de clipes da emissora, vai exibir, a partir das 19h, “Pelados em Santos”, “Vira-Vira” e outros sucessos do grupo.

Já às 20h30, ainda no Multishow, é a vez de o documentário “Mamonas pra Sempre” ir ao ar. Lançado em 2009, o filme reúne imagens da banda em diferentes situações, além de depoimentos de pessoas ligadas a ela.

“A ideia era fazer uma pesquisa para um filme de ficção. Mas as famílias dos integrantes colaboraram e consegui um conteúdo ótimo. Percebi, então, que era melhor retratar a banda ao natural”, conta o diretor Cláudio Kahns.

O documentário mostra desde a época de Utopia, como os Mamonas Assassinas se chamavam quando tocavam músicas sérias, até cenas de bastidores de apresentações e o fim trágico do conjunto.

Às 23h, a GloboNews exibe o programa “Arquivo N”, que também passa por todas as etapas do quinteto, da fase difícil do começo da carreira até o dia da morte deles, em 1996.

O jornalístico “SBT Brasil”, às 19h45, termina amanhã uma reportagem em duas partes que começa hoje. A repórter Simone Queiroz conversou com a família dos integrantes, visitou fã-clubes e foi até a rádio 89 FM, especializada em rock e primeira emissora de São Paulo a colocar músicas do grupo em sua programação.

Teatro

Os Mamonas Assassinas vão ganhar um espetáculo teatral. Com abertura no próximo dia 11, “O Musical Mamonas” leva aos palcos a história dos cinco rapazes que se conheceram em Guarulhos (Grande São Paulo), formaram uma banda e se consagraram fenômenos da música brasileira nos anos 1990.

“Foi feito um trabalho grande de pesquisa. Pegamos as características mais marcantes dos integrantes originais para levar ao palco o clima dos Mamonas”, diz Anderson Bueno, responsável pela maquiagem.

Elcio Bonazzi, que vai interpretar o baixista Samuel, conta que é emocionante fazer o integrante de uma banda da qual foi fã. “Eu tinha oito anos quando eles morreram. Agora, vou ajudar as novas gerações a conhecerem um dos grupos mais originais do Brasil.”

Também estão no elenco Ruy Brissac, Adriano Tunes, Yudi Tamashiro e Arthur Ienzura. A direção é de José Possi Neto.

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