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The Charlatans provam que há música após a morte

Banda britânica lança primeiro álbum em cinco anos, depois de sofrer com a morte de mais um integrante

Banda do vocalista Tim Burgess foi uma das remanescentes do chamado britpop, cena que alavancou grupos como Oasis e Blur. | Divulgação
Banda do vocalista Tim Burgess foi uma das remanescentes do chamado britpop, cena que alavancou grupos como Oasis e Blur. (Foto: Divulgação)

Um dos nomes mais importantes que despontaram na efervescência musical da Grã-Bretanha na virada dos anos 1980 para os 90, na onda do chamado britpop, o grupo The Charlatans é também exemplo de perseverança.

Após um hiato de cinco anos, o quarteto lançou em janeiro seu 12.º disco de estúdio, o belo Modern Nature, erguido em homenagem a seu baterista fundador, Jon Brookes, que morreu em 2013, em decorrência de um câncer no cérebro, às vésperas de entrar no estúdio com os companheiros.

Ouça a nova música e um clássico do Charlatans

O Charlatans já havia renascido das cinzas em 1997, quando o álbum Tellin’ Stories rendeu tributo a seu primeiro tecladista, Rob Collins, morto em acidente de carro – com seu órgão Hammond, ele ajudou a marcar a sonoridade da banda a partir de seu primeiro hit, “The Only One I Know”, do disco de estreia, Some Friendly (1990).

Manchester é o berço do Charlatans. A cidade foi o primeiro palco de grandes nomes do pós-punk britânico – entre outros, Joy Division/New Order, Happy Mondays e The Smiths, e, contemporâneos do Charlatans, The Stone Roses e Inspiral Carpets – na sequência, veio o furacão Oasis. Nesse cenário, o Charlatans manteve sempre a regularidade com sua mistura de embalo soul e psicodelia. Embora muito querida pelos britânicos, a banda nunca “aconteceu” fora da ilha.

Participações

Modern Nature contou com três bateristas convidados: Pete Salisbury (The Verve), Stephen Morris (New Order) e Gabriel Gurnsey (Factory Floor). Se a primeira faixa, “Talkin in Tones”, sugere um disco introspectivo guiado pela voz sussurrada de Tim Burgess, a seguinte, “So Oh”, dá o tom solar que pontua o disco, equilibrado entre faixas cheias de grooves dançantes e viagens psicodélicas nas quais Burgess, Mark Collins (guitarra), Martin Blunt (baixo) e Tony Rogers (teclados) falam sobre a passagem do tempo. É um som que lembra a velha e doidona “Madchester”, mas sem evocar nostalgia. Depois de tantos solavancos, o Charlatans parece seguir em frente sem olhar para o retrovisor.

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