Uma certa magricela, branquela e sardenta famosa, que responde pelo nome de Rita Lee, aos 59 anos finalmente tem o baú de sua trajetória resgatado em livro. O músico paulista Henrique Bartsch está lançado a biografia autorizada "Rita Lee Mora ao Lado – Uma Biografia Alucinada da Rainha do Rock" (Panda Books, 256 págs., R$ 39,00), em que a trajetória da roqueira é contada por uma narradora-observadora ficcional, batizada pelo autor de Bárbara Farniente.

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A história começou com a internet, meio que Rita Lee prefere para se comunicar com o mundo, amigos, imprensa e até desconhecidos. Foi com um desconhecido, que um certo dia de 1998, ela começou a conversar pelo ICQ, uma das ferramentas de comunicação on-line. O desconhecido era o músico Henrique Bartsch, que arriscou digitar o nome de Rita Lee para ver no que dava. Localizou, de fato, uma Rita Lee. Mas ele queria ter certeza de que estava falando com a autêntica Rita e não com um impostor. Lançou então algumas perguntas específicas, do tipo os apelidos caseiros dos Mutantes, e a pessoa do outro lado matou todas.

Depois disso, as conversas entre os dois pela internet se tornaram freqüentes. Só foram se conhecer pessoalmente depois de três anos. Neste meio tempo Bartsch propôs à roqueira escrever sua biografia, o que ela recusou, até que ele próprio começou a escrever alguns capítulos e enviou para Rita. Como se tratava de uma biografada nada convencional, ele decidiu criar uma narradora de mentirinha, que se apropriou do nome de sua filha, Bárbara. No livro, Bárbara é uma vizinha do clã Jones e testemunha todo o desenrolar da vida de pai, mãe, irmãs, agregados da família e da própria Rita, com a ajuda de um binóculo e de amigos em comum.

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Para quem não queria nem ouvir falar em biografia, Rita aprovou a forma como Henrique havia solucionado as coisas. "Foi uma surpresa quando recebi os primeiros capítulos das nossas conversas em forma de livro. Henrique estava cheio de dedos e com medo que eu fosse mandar crucificá-lo em praça pública. Mas na medida em que fui lendo o texto, ao mesmo tempo era juvenil e maduro, e minha vida se colocou bem melhor diante de mim mesma", admite a roqueira.