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DVD comemora o tributo aos 30 anos de carreira, em 1992 | Ken Regan/ Divulgação
DVD comemora o tributo aos 30 anos de carreira, em 1992| Foto: Ken Regan/ Divulgação

Serviço

Bob Dylan – The 30th Anniversary Concert Celebration

DVD com 29 faixas e três bônus (também em CD e Blu-Ray). Sony Music. R$ 40 (preço médio).

Poucos palcos suportaram tanto peso como o do Madison Square Garden naquela noite de 16 de outubro de 1992. Bob Dylan tinha 51 anos, completava 30 de carreira e dormia sobre uma pilha de 28 discos lançados. Um gigante por onde qualquer boa canção norte-americana feita depois de 1962 passava, querendo seu autor ou não.

Dylan não estava sozinho. Ganhava seu primeiro grande tributo em vida, realizado por uma lista impressionante de convidados que cantariam suas canções. Stevie Wonder, Lou Reed, Eddie Vedder, Tracy Chapman, Booker T, John Mellencamp, Johnny Cash, Willie Nelson, Johnny Winter, Ron Wood, Richie Havens, The Clancy Brothers, The Band, Tom Petty, Neil Young, Chrissie Hynde, Sinead O’Connor e mais dois cavalheiros que garantiriam tributos mesmo se resolvessem fazer shows solos: George Harrison e Eric Clapton.

O tributo é lançado agora pela gravadora Sony em três formatos. Caixa com dois CDs, outra com dois DVDs e Blu-ray. Além do material que já era conhecido, o DVD traz três faixas-bônus ("Leopard-skin Pill-box Hat", com Mellencamp; "Boots of Spanish Leather", com Nancy Griffith e Carolyn Hester; e "Gotta Serve Somebody", com Boker T & the MG’s) e o CD, duas ("I Believe in You", com Sinead O’Connor; e "Don’t Think Twice, It’s Alright", com Eric Clapton). De vaias a apoteoses, quase tudo aconteceu em quatro horas de show.

Extras

O bônus do CD com Sinead O’Connor cantando "I Believe in You" é valioso justamente por mostrar o que ninguém viu. Poucos dias antes do concerto, O’Connor havia rasgado uma foto do papa João Paulo II diante da estrondosa audiência do programa Saturday Night Live. Era sua forma de dizer que queria uma abertura maior ao diálogo por parte da Igreja.

Mas os norte-americanos não ofereceram a outra face e a receberam com vaia, muita vaia. Sua expressão de monge se transfigurou e ela perdeu a calma. Sem mais resistir à ira da plateia, mandou a banda parar a introdução. O cantor Kris Kristofferson tentou salvar a noite, indo ao seu ouvido dizer "não deixe os bastardos a colocarem para baixo". Mas O’Connor esbravejou e saiu de cena às lágrimas. A faixa que só agora sai no disco havia sido gravada durante a passagem de som.

O assunto durou mais do que deveria e, de certa forma, reduziu à época o tamanho de uma das maiores noites do rock a uma lamentável pendenga pessoal da cantora irlandesa. Agora, 22 anos depois, tudo aparece em seu devido lugar, com sua devida importância.

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