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Lançamento

Dicionário de Epônimos e Topônimos da Língua Portuguesa

John Robert Schmitz. Prismas, 223 págs., R$ 51. Linguística. Lançamento dia 18/09/2014, às 19 horas, na Livraria Cultura do Shopping Curitiba (R. Brigadeiro Franco, 2.300 – Centro). Entrada franca.

Muitas vezes escutamos alguém reclamar de alguma sanção "draconiana" aplicada pelo Estado. Entendemos a mensagem, às vezes, sem nos dar conta que o adjetivo se refere a Drácon, um jurista grego do século 7 a.C., famoso pela dureza das leis que criava.

A palavra já foi incorporada ao léxico da língua portuguesa falada no Brasil sem que nos preocupemos, no uso corrente, com o seu sentido ou origem.

O mesmo se dá quando vemos uma mulher tomando sol de biquíni. Uma das últimas coisas em que pensamos é na ilha do Oceano Pacífico onde o governo americano fez os testes da bomba atômica, em 1946, ao mesmo tempo em que o reduzido maiô de duas peças começava a ganhar notoriedade.

O primeiro caso é exemplo de um epônimo: quando falantes de uma língua usam o nome de uma pessoa para preencher uma lacuna no seu vocabulário e criam uma nova palavra. O segundo é um topônimo, em que ocorre fenômeno igual, tendo como origem o nome de um lugar.

A maior pesquisa linguística sobre o tema produzida até hoje, o Dicionário de Epônimos e Topônimos da Língua Portuguesa, de John Robert Schmitz, será lançada na quinta-feira, dia 18, à noite em Curitiba.

O norte-americano Sch­mitz é doutor em Letras desde a década de 1970 e professor aposentado da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Ele conta que começou a recolher os mais de 500 verbetes como um hobby, há mais de 20 anos. "Desde que virei a casaca e passei a escrever em português", brinca.

Para ele, o livro preenche uma lacuna acadêmica, "pois não havia um único volume com epônimos e topônimos em língua portuguesa".

Schimtz explica, porém, que teve a preocupação de não fazer um dicionário "sisudo e chato", e quis aproveitar a leveza da cultura e da linguagem coloquial brasileira. "Eu falo do Biotônico Fontoura, da Amélia que era a mulher de verdade, das sandálias Havaianas...", exemplifica.

"A língua falada no Brasil é fascinante. Qual outro país usaria a expressão ‘é Balzaquiana’, para definir a mulher de 30 anos?", indaga.

O autor acredita que o trabalho continua após o lançamento do dicionário, pois "a língua é dinâmica e os acontecimentos históricos não param".

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