• Carregando...
Bom e velho rock-and-roll: Nasi e Scandurra juntos outros vez | Gustavo Garrett/Prime/Divulgação
Bom e velho rock-and-roll: Nasi e Scandurra juntos outros vez| Foto: Gustavo Garrett/Prime/Divulgação

Pouca conversa e muita ação. Foi a tônica do show da volta do Ira! no Curitiba Master Hall, na madrugada do último domingo. A banda reapareceu "refundada" depois de sete anos de uma separação (para lá de) litigiosa e Curitiba teve a chance de ver um dos primeiros shows da nova formação.

Tanto o público quanto a banda pareciam estar equivalentemente ávidos pelo retorno. A casa, completamente lotada e pulsante. A banda – em especial o "núcleo base", formado pelo vocalista Nasi e o guitarrista Edgard Scandurra – demonstrou um entusiasmo genuíno e quase juvenil ao atacar o vasto repertório de grandes canções sem deixar o público respirar.

O resultado foi uma emocionante ode ao rock num dos grandes shows que a cidade viu nos últimos tempos.

O show começou perto de uma hora da manhã, após uma longa espera – e uma dispensável banda de barzinho na abertura. O povo queria ouvir e cantar as canções que consagraram o Ira!. Assim, se fez: "Envelheço na Cidade", "Dias de Luta", "Gritos na Multidão", "Núcleo Base", "Tarde Vazia" e "Longe de Tudo" (que abriu o show).

A separação parece ter feito bem a Nasi e Scandurra. Muito à vontade, eles pareceram se divertir no palco. De terninho sessentista, o guitarrista esbanjou a velha técnica. Com uma camiseta que já serviu melhor, Nasi está com uma voz mais limpa, menos rouca (o cantor fumou um único cigarro no palco, no bis).

Sempre falante, o vocalista estava contido. Não tocou no assunto separação, limitou-se a agradecer o público e os novos parceiros.

A nova formação conseguiu ir além dos hits radiofônicos e executou algumas pérolas obscuras, como "O Bom e Velho Rock’n’Roll", do disco Entre Seus Rins (2001), ou "Os Ponteiros de um Relógio", de Mudança de Comportamento (1985), que a banda não tocava há anos.

Depois, vieram "Rubro Zorro", "Coração", "Tolices", "Mudança de Comportamento", "É Assim Que Me Querem" e a inédita "ABCD", um roquinho divertido que une o Kinks à Jovem Guarda.

Sem André Jung e Ricardo Gaspa, dois integrantes da formação original, o Ira! agora é um quinteto com o veterano Johnny Boy (teclados), Evaristo Pádua (bateria) e Daniel Rocha (baixo). O baixista, filho de Scandurra, tem três características de um grande músico: é eficiente, discreto e carismático.

Nasi e Scandaurra são dois caras com musicalidade e personalidades opostas. Por isso, se completam tão bem para compor e interpretar suas músicas com o característico jogo de vozes da banda. O show acabou com o hino mod "Nas Ruas" e deixou uma sensação de que o Ira! ainda tem muita lenha para queimar. GGGG

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]