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Daniel Filho conversou com a reportagem na semana passada, por telefone, de dentro de uma van, indo de São Paulo para o Rio de Janeiro. Como a maioria das pessoas, decidiu evitar os aeroportos.

No meio do caminho, não deu para evitar e a entrevista entrou no tema "cinema versus televisão".

Primo Basílio é o mais perto que o cinema pode chegar da teledramaturgia. Dos atores à trama, passando pelo modo de filmar, tudo remete às novelas que a Globo sabe fazer como ninguém no mundo – as quais, aliás, Daniel Filho conhece de trás para frente. Não por acaso, o longa-metragem apresenta a chancela da Globo Filmes.

No entanto, o diretor não disfarça uma certa impaciência com o assunto. Talvez porque a cada novo filme que lança, ele reaparece. "Não existe mais essa distinção entre cinema e tevê. A linguagem é uma só. No cinema brasileiro, a maioria dos diretores são oriundos da publicidade. Hoje, as imagens precisam ser pensadas para iPods e telefones", argumenta.

Não seria a qualidade "televisiva" de seus filmes para o cinema uma parte do segredo para o sucesso de produções como E Se Fosse Você? "Parece que só a tevê pode atingir o povo!", responde. Levando-se em conta que o número de cidades com cinema no país corresponde a menos de 10% do total de municípios brasileiros, a telinha leva vantagem larga sobre a telona.

"Quando eu fazia tevê, diziam que meu trabalho era bom como cinema. Agora que faço cinema, dizem que é tão emocionante quanto a tevê", compara Daniel Filho. Com experiência em ambas as áreas, ele diz que nenhuma das duas representa desafios. "Eu me sinto bem nos dois. Cinema é o que eu sempre sonhei fazer."

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