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“Elogio ao Silêncio nº 5” (2006). Abaixo estão as telas “Elogio ao Silêncio n.º 13”, à esq., e “nº 15”, à dir., ambas de 2007 | Imagens/Reprodução
“Elogio ao Silêncio nº 5” (2006). Abaixo estão as telas “Elogio ao Silêncio n.º 13”, à esq., e “nº 15”, à dir., ambas de 2007| Foto: Imagens/Reprodução

Saiba mais sobre Sergio Fingermann

Trajetória

1967-69 Estuda desenho e pintura com Ernestina Karman.

1971 Estuda desenho com Yolanda Mohalyi.

1973 Em Veneza, estuda pintura com Mário de Luiggi.

1974 Frequenta a Escola de Arte Brasil.

1975 Começa a fazer gravuras em metal .

1975-79 Gradua-se em Arquitetura pela USP.

Prêmios

1979 Mostra Anual de Gravura de Curitiba

1980 Salão Nacional de Artes Plásticas (RJ)

1987 Melhor Gravador - Associação Paulista de Críticos de Arte

1994 Panorama da Arte Atual Brasileira, do Museu de Arte Moderna de São Paulo

O artista plástico paulista Sergio Fingermann foi convidado pelo então maestro da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo John Neschling para criar a capa de uma coleção de CDs com obras de Beethoven interpretadas pela Osesp.

"Como ele é um compositor da passagem do classicismo, me inspirei em elementos deste período para propor uma conversa entre pintura e música", explica o artista.

A encomenda, produzida entre os anos de 2006 e 2007, serviu como estopim para que o artista alçasse voos mais altos ao redor da temática. Produziu cerca de 80 trabalhos, entre pinturas, desenhos e gravuras que podem ser vistos na exposição Elogio ao Silêncio, que o Museu Oscar Niemeyer exibe a partir deste sábado, às 11 horas (a entrada é gratuita entre as 10 horas e o meio-dia).

Dentre as obras expostas, Fingermann agrupou 35 sob o tema do silêncio. Mas como falar de música sem mencionar os sons? "Faço alusão às qualidades do silêncio porque, assim como na música, as questões da pintura tem a ver com as pausas", diz o artista com quase 40 anos de trajetória.

Ele explica que a experiência da contemplação exige que as pessoas abaixem a velocidade e parem por alguns momentos no acostamento. "Só assim a contemplação poderá ser feita e, então, se tornar pensamento."

Além de óleos sobre tela em grandes formatos, Fingermann traz ao MON dois álbuns de água-forte, "Elogio ao Silêncio", mesmo nome da mostra, e "O Teatro do Mundo".

"Gosto da gravura, não porque me permite multiplicar imagens, mas pelo aspecto de investigação da luz", explica o artista, que faz aquarelas sobre suas gravuras, tornando-as peças únicas, individualizadas.

Os álbuns são, na verdade, suítes de gravuras com pequenos textos que escreve, diz, "sem pretensão literária".

Os escritos são uma forma de oferecer ao espectador uma visão do processo de criação do artista. "Houve um período longo de experimentação na arte em que perdemos o laço com o público. Acho importante que o artista retome a responsabilidade em oferecer ferramentas para o público entender sua obra."

Para Fingermann, a arte conceitual atropela um entendimento que nasce com o fazer artístico. "Primeiro, o artista produz o ato e, ao se afastar, olhando esse ato é que vai gerar o conceito. O conceito não nasce do desejo, mas da ação."

Além da música, as obras de Fingermann propõem alegorias do espaço cênico. "O teatro nos faz ver na ilusão. Quando vemos um ator vestido de bicho, sabemos que ele não é um bicho, fazemos um pacto com a arte ", explica. Os elementos figurativos em suas obras buscam levar o olhar do espectador para um lugar que vai além ao que se vê.

O artista também traz à cidade dois livros em que discute a experiência da pintura e sua preocupação ética com a transmissão do fazer artístico para o público: Elogio ao Silêncio e Alguns Escritos Sobre Pintura e o recém-lançado Trama de Sombras, publicados pela editora BEI.

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