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O trio de “realiza­­dores” do filme, que mescla verdade e ficção | Divulgação
O trio de “realiza­­dores” do filme, que mescla verdade e ficção| Foto: Divulgação
  • A boneca Giselda, que tem interpretação de Maureen Miranda

Apresentado na última edição do festival É Tudo Verdade, Um Filme de Bonecos, do curitibano Túlio Viaro, é um divertido documentário sobre a arte de criar e trabalhar com marionetes no teatro.

VÍDEOS: Assista aos making ofs de Um Filme de Bonecos

Na trama, quem decide fazer o filme e leva a cabo a ideia é um boneco ruivo e visionário, Nivaldo. Seu colega de boteco, Beto, é daqueles chapas que topam todas, e por isso aceita ser sonoplasta do projeto. Mais difícil de convencer é a deslumbrada e preguiçosa Giselda, que ocupa meio a contragosto o cargo de produtora – não sem questionar por que Nivaldo pode ser diretor enquanto ela tem que fazer sanduíches.

Certo de que é, lá no fundo, um artista, o jovem parte em busca de pessoas experientes na área – e encontra em Curitiba um dos polos da arte de bonecos do país.

Nessa busca que também é existencial – o personagem chega a lembra Pinóquio –, Nivaldo tem que encarar um pop star que o intimida, mas ele não se deixa abater.

Um dos pontos fortes do vídeo é o texto, pelo qual os bonecos têm diálogos imprevisíveis e realistas. A atuação dos dubladores (Rafael Camargo, Maureen Miranda, André Coelho e Octávio Camargo) também confere "verdade" ao que estão dizendo. Pena que não haja sincronia entre as palavras e o movimento da boca – algo que passa despercebido num palco de teatro, mas em closes de audiovisual causa estranhamento.

"Desde criança tinha curiosidade pela manipulação de marionetes de fio", conta o diretor Túlio Viaro (de Carrascos – Artistas do Ringue, 2009). "Fui conversar sobre o assunto sem pesquisar nada, porque esse não é um documentário histórico, e sim uma investigação. E assim tem a característica de poder ser exibido universalmente."

"Foi divertido porque contamos a história de forma lúdica, parecia até espontâneo", relata Manoel Kobachuk, um dos entrevistados – depois de devidamente "empoado" por Giselda –, ao lado de Olga Romero e Renato Perré.

Além de apresentar a versão de bonequeiros de verdade sobre seu métier, o curta termina com um making of da construção dos bonecos, a cargo do experiente Edson Naindorf.

Repercussão

Ao ser mostrado no festival É Tudo Verdade, o filme teve boa repercussão, de acordo com Viaro – que é neto do pintor Guido Viaro. "Nota-se que o público gosta no fim da exibição. Mas o principal termômetro foi que outros realizadores vieram conversar comigo. Um deles disse que este é um documentário que quebra tabus", relembra, referindo-se ao fato de misturar ficção e entrevistas no estilo documentário.

Em Curitiba, houve uma sessão de estreia na Cinemateca, dia 29 de maio. Novas apresentações estão previstas para o segundo semestre, em conjunto com outros curtas-metragens (o filme tem 18 minutos).

O curta também está inscrito para integrar vários festivais – um deles, da República Tcheca, já solicitou a fita. "É um país que tem uma grande tradição com marionetes", conta Viaro, que já providenciou cópias com legendas em francês e inglês.

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