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Na adaptação de Hamlet, do grupo Clowns de Shakespeare, não falta a tradicional caveira | Divulgação
Na adaptação de Hamlet, do grupo Clowns de Shakespeare, não falta a tradicional caveira| Foto: Divulgação

Teatro

Confira informações desta e de outras peças no Guia da Gazeta do Povo.

Ousadia na intenção e economia na forma. Esta é uma das leituras possíveis do espetáculo Hamlet, que o grupo potiguar Clowns de Shakespeare apresenta sexta-feira e sábado no Festival de Curitiba.

O grupo famoso por suas comédias visuais e musicais se arrisca na mais famosa tragédia de Shakespeare como quem "dá um salto no escuro", segundo Fernando Yamamoto, um dos diretores da companhia.

O texto é uma fusão de cinco traduções diferentes da obra shakesperiana com o sotaque dos Clowns. A montagem tem a direção de Márcio Aurélio, um dos encenadores mais importantes do país e faz parte da comemoração dos 20 anos de atuação do grupo.

Aurélio propôs enxergar a loucura do príncipe dinamarquês, como uma voz solitária de sensatez em meio à sandice de um mundo que se equilibrava entre as trevas medievais e as luzes renascentistas.

O diretor reconhece que é um "obcecado" por Hamlet e já montou o texto várias vezes, com destaque para o espetáculo Hamletmachine, apresentado em monólogo por Marilena Ansaldi, em 1987. Segundo Aurélio, a montagem com os Clowns é um "teatro coreografado entre os atores e o espaço".

Esta é a terceira passagem dos Clowns pelo festival. Em 2011, o grupo apresentou na abertura do festival a muito elogiada peça Sua Incelença, Ricardo III, com direção de Gabriel Vilella.

Porém, ao contrário daquela montagem, que transformou o violento texto em uma espécie de celebração superlativa de cores e música próxima do circo, neste Hamlet, o grupo criou um espetáculo mais minimalista, com economia de símbolos e movimentos.

Para o diretor Márcio Au­­­rélio, o grupo procurou resgatar diversas formas de linguagem que convergiram para essa "limpeza". "Isto demanda uma sofisticação pelo encantamento que o teatro exige. Os atores se jogaram nesta ideia", disse.

Isso fica evidente na cenografia. Além do minimalismo característico de Aurélio, há a presença de elementos rudimentares "que também explicitam o grande jogo que é o teatro".

O cenário é basicamente formado por um andaime e seis cadeiras e os próprios técnicos figuram em algumas cenas. Há também um elemento de pantomima representado por duas atrizes que remetem ao teatro de máscaras e de bonecos.

No elenco, um dos destaques é a atriz Titina Medeiros, que interpreta Ofélia em Hamlet e participou da novela Cheias de Charme (2012), interpretando a personagem Socorro.

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