Incontrolável
Início
Andreas Kisser dedicou boa parte de sua vida à música. Logo aos 10 anos, ouvia Beatles e Roberto Carlos na sala de sua casa.
Primeiros passos
Em meados de 1980, formou Esfinge, sua primeira banda, que já teve certa repercussão em São Paulo.
Estopim
Em 1987, entrou para o grupo Sepultura. Mudou-se para Belo Horizonte e começou uma carreira promissora ao lado de Max Cavalera, Igor Cavalera e Paulo Júnior. A banda brasileira conquistou o mundo e é uma das mais lembradas lá fora.
Cinema
Em 1998, Kisser trabalha pela primeira vez com trilha sonora. Participou de Coração dos Deuses, de Geraldo de Moraes. Também das trilhas de Bellini e a Esfinge (2002) e Lisbela e o Prisioneiro (2003).
Produção
Em 2001, o guitarrista produziu Check Mate, primeiro CD da banda paulista Necromancia. Em 2005, produziu Intro, disco da banda Lagunna.
Andreas Kisser está sempre em movimento. Ele conversou com a reportagem da Gazeta do Povo diretamente de Manaus, à espera do show do grupo alemão Scorpions. Voltou de Cuba há dois meses, onde esteve com o Sepultura. E o padrinho da Garagem de Talentos estará em Curitiba novamente em dezembro, para a terceira edição do evento promovido pela Fnac em parceria com a Gazetinha. Suas andanças também são musicais. Guitarrista da banda brasileira mais famosa fora do Brasil (Sepultura), o músico acaba de finalizar Hubris I & II, seu primeiro álbum-solo. Tudo isso entre um cover de Kiss aqui e outro de Deep Purple acolá com a Brasil Rock Stars, sua outra banda.
"Sempre gostei desse estilo. Vi o show do Kiss no Morumbi (São Paulo) e no Rock in Rio, em 1983. Cresci ouvindo isso e comecei na guitarra tocando esse tipo de rock", disse o paulista. Dois anos depois, sua futura banda lançava Bestial Devastation / Século XX, primeiro disco do Sepultura, no período em que o metal ainda engatinhava por aqui. Mais dois anos e o encontro definitivo. "Em 1987 estava tocando em São Paulo com minha banda de covers. Conheci o Sepultura e fiquei sabendo que o guitarrista (Jairo Guedez) havia saído. Aí eu entrei", comentou Kisser, que gravou o primeiro álbum com os mineiros (Schizoprhenia) ainda em 1987.
Onze anos e oito discos depois, o sucesso da formação é creditado à liberdade de criação. "Sempre fizemos o som que queríamos. Não temos rádio nem gravadora nos pressionando. O segredo é assumir o que queremos fazer", disse o guitarrista de 40 anos. Em 2008, o Sepultura já se apresentou nos Emirados Árabes, na Turquia, Índia e fez um show para mais de 60 mil pessoas em Havana, Cuba, em julho. Foi o primeiro show de hard-rock/metal na história do país de Fidel.
E a banda, assim como Andreas, não pára. Depois de Dante XXI álbum lançado em 2006 que toma como referência A Divina Comédia, de Dante Alighieri será lançado no começo do ano que vem A-lex, 11º álbum do grupo. O título significa "sem lei", em latim, e foi influenciado por Laranja Mecânica, livro de Anthony Burgess adaptado para o cinema por Stanley Kubrick. "O livro é espetacular. Nós pesquisamos muito sobre o autor o cara é um maluco! e a obra dele influenciou muito o novo trabalho", contou Kisser. No disco, há até uma versão para a 9ª Sinfonia de Beethoven, música que ilustra uma das cenas mais marcantes do filme de Kubrick. Também vale registro o nome do maestro, amigo de Andreas, que fez os arranjos da música: Alexei, quase homônimo de Alex, protagonista da trama, ou de A-lex.
Como atividade paralela, Andreas Kisser lança também em 2009 Hubris I & II (Mascot Records), seu primeiro trabalho-solo. Em álbum duplo, muito intimismo e liberdade. "Há temas que gravei em casa há mais de dez anos", disse. Hubris, em russo, significa arrogância ou soberba. "Mais ou menos o que move as coisas boas ou ruins da humanidade", na interpretação do guitarrista. Em ambos os discos o primeiro é elétrico, com guitarras em destaque e o segundo é "mais instrumental e acústico" há participações de Zé Ramalho, Rappin Hood e outros músicos convidados. As faixas, segundo Kisser, foram inspiradas na mulher e em seus dois filhos. "Cada música tem uma história pessoal e algo diferente a contar", resumiu.
O viajado guitarrista tem uma relação íntima com o Paraná. Já realizou vários "workshows" em Curitiba eventos em que demonstra exercícios e técnicas para guitarra além de apadrinhar o projeto Garagem de Talentos.
Andreas estará de volta ao Paraná no próximo dia 12, quando acompanha os alemães do Scorpions no show em Ponta Grossa.