• Carregando...
Jennifer Lawrence e Bradley Cooper vivem personagens limítrofes que encontram alento e amor um no outro | Divulgação
Jennifer Lawrence e Bradley Cooper vivem personagens limítrofes que encontram alento e amor um no outro| Foto: Divulgação

Serviço

O Lado Bom da Vida (Silver Linings Playbook. Estados Unidos, 2012).

Direção de David O. Russell. Com Bradley Cooper, Jennifer Lawrence, Robert De Niro e Jackie Weaver. Paris Filmes. 122 min. Classificação indicativa: 12 anos. Apenas para locação. Comédia romântica.

Passados quatro meses desde a cerimônia de entrega do Oscar, quase todos os filmes indicados e premiados já estão nas locadoras, desfrutando da "fama e do prestígio" gerados pela premiação. Basta dar uma olhadela na lista dos mais locados nesta página para perceber que o reconhecimento da Academia de Hollywood tem forte impacto na performance comercial dos longas – dos dez títulos citados no ranking desta semana, metade estava entre os concorrentes 2013 em uma ou mais categorias, e alguns levaram o troféu: Django Livre, vencedor de duas estatuetas, melhor roteiro e ator coadjuvante (Christoph Waltz); Hitchcock, indicado a melhor maquiagem; Os Miseráveis, que ganhou os prêmios de atriz coadjuvante (Anne Hathaway), mixagem de som e maquiagem; O Impossível, concorrente a melhor atriz (Naomi Watts); e A Hora Mais Escura, que empatou na categoria de melhor edição de som com 007 – Operação Skyfall.

Nas próximas semanas, podem apostar, um filme que deve ir para o topo da lista é O Lado Bom da Vida, que disputou oito categorias e deu à jovem Jennifer Lawrence o prêmio de melhor atriz. O longa de David O. Russell, que está chegando nas locadoras, tem em comum com o trabalho anterior do cineasta norte-anericano – o drama sobre pugilismo O Vencedor – o naturalismo na condução do elenco e na construção das cenas, a partir de uma câmera que não parece estar apenas mostrando a realidade, mas nela estar inserida, captando seus movimentos mínimos, sua respiração. Dessa forma, além de proporcionar ao público uma sensação de proximidade, o diretor tira o melhor de seus atores.

Bradley Cooper (da série Se Beber, Não Case), um ator até então mais reconhecido como galã e comediante, se sai muito bem no papel de Pat, um homem que atravessa uma profunda crise emocional. Portador de transtorno bipolar, ele passou oito meses internado em uma clínica psiquiátrica depois de quase espancar até a morte o amante da mulher, Nikki.

Por iniciativa de sua mãe, Dolores (Jackie Weaver, de Tiranossauro), ele deixa o sanatório e volta para a casa dos pais, ainda que os médicos considerem sua alta um tanto precoce. Ao chegar, ele tem de enfrentar o ceticismo do pai, também chamado Pat (Robert De Niro), que acaba de perder a aposentadoria e agora sobrevive de apostas.

Instável, mas imbuído de um otimismo de ocasião, recém-adquirido no período de internação, Pat (Cooper) acredita que tem chances de reconquistar a esposa, missão para a qual não medirá esforços. Eis que atravessa seu caminho, no entanto, a também instável Tiffany (Jennifer Lawrence), uma jovem viúva que, depois da morte do marido, enfrentou sérios problemas emocionais. Surgirá entre os dois uma relação de atração e repulsa, mas não desprovida de cumplicidade, que servirá de força motora da história.

A química perfeita entre os protagonistas e diálogos afiados a serviço de um roteiro fluido, sem solavancos, fazem de O Lado Bom da Vida um filme difícil de não gostar, ainda que previsível em certa medida e talvez esquecível depois de um tempo. Talvez por lidar com temas muito delicados de forma leve. Até demais, o que não chega a ser um defeito, mas reduz sua relevância.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]