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O inquietante silêncio dos intelectuais é o tema de um ciclo de conferências que o Sesc da Esquina promove nesta e na próxima semana. A idéia é reunir professores, filósofos, escritores, jornalistas e sociólogos para discutir a realidade em que vivemos e para debater qual é o verdadeiro papel dos intelectuais dessa sociedade. O ciclo, que começou ontem com a participação do escritor e músico José Miguel Wisnik, continua até a o dia 21 de outubro, com palestras marcadas sempre para as 19 horas.

Foram convidados para o evento alguns dos mais importantes intelectuais de suas áreas no Brasil. Estão confirmadas, entre outras, as presenças do jornalista Marcelo Coelho, articulista da Folha de São Paulo; do professor de literatura Haquira Osakabe, da Unicamp; e do escritor e poeta Antônio Cícero. A palestra de hoje será com o professor de Filosofia da USP Franklin Leopoldo e Silva.

A conferência de Silva será sobre o pensamento do filósofo francês Jean-Paul Sartre. O professor tentará mostrar dois pontos de vista pelo menos aparentemente diferentes, defendidos por Sartre em seus livros. Em O Ser e o Nada, segundo o palestrante, Sartre afirma que a liberdade está relacionada com o fechamento do sujeito em si mesmo. Mais tarde, em O Que É Literatura, aparece um outro conceito: o de que o escritor tem de se engajar socialmente. A proposta da palestra é falar sobre esse engajamento necessário.

Para o professor e filósofo Adauto Novaes, organizador do ciclo, a importância de discutir Sartre está em parte no fato de ele ser o último dos intelectuais emblemáticos. "Sartre morreu há 25 anos e, depois dele, não surgiu um nome para exercer esse mesmo papel", afirma o professor, que já organizou a série de palestra em quatro outras cidades antes de Curitiba.

A organização do ciclo garante que a realização do evento não tem relação com a crise política do país. "O evento já estava pensado inclusive com este nome um ano atrás, portanto bem antes de qualquer crise política", fala Novaes. No entanto, a relevãncia do tema sem dúvida se tornou maior no atual momento, especialmente depois de um comentário da filósofa Marilena Chauí, da USP,. que afirmou preferir ficar em silêncio neste momento sobre a situação do governo Lula. A professora foi criticada por seu comentário, que acabou sendo reproduzido sem a sua autorização na mídia nacional.

* Serviço: O Silêncio dos Intelectuais – Cultura e Pensamento em Tempos de Incerteza. Sesc da Esquina (R. Visconde do Rio Branco, 969), (41) 3322-6500. Dias 10, 11, 13, 14, 17, 18, 19 e 21 de outubro, sempre às 19 horas. Inscrições para todo o ciclo: R$ 90 e R$ 56 (comerciários, estudantes e idosos). Ingressos avulsos: R$ 12 e R$ 8 (comerciários, estudantes e idosos).

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