• Carregando...
 | Maringas Maciel/Divulgação
| Foto: Maringas Maciel/Divulgação
  • Francisco correndo no MON
  • A garota da banca de frutas
  • A volta do ídolo Alex
  • Autoretarto de Maringas Maciel
  • Existe amor em CWB
  • Gari de ouro de Curitiba
  • Passante da XV registrado pelo fotógrafo
  • O craque Zé Roberto
  • Pipoqueiro do Guaíra
  • Garis na XV, centro de Curitiba

Da primeira dama ao morador de rua. Do craque do passado à cafetina-mor da cidade. Uma cochichada entre Lula e Dilma ou um abraço no frio aperto do Ligeirinho. Famoso ou anônimo, quem deu as caras em Curitiba ultimamente tem grande chance de ter sido flagrado pelo gatilho da câmera de Maringas Maciel. Desde 2008, o fotógrafo se dedica a registrar momentos e pessoas da vida na cidade.

SLIDESHOW: fotografias e retratos de Maringas Maciel

Até hoje, pelas suas contas, são mais de quatro mil fotos, principalmente retratos de rostos curitibanos. "Gosto da foto espontânea, do flagrante com luz natural, sem filtros ou outros recursos. Aquela história da ‘vida como ela é’", explica.

No começo, com uma câmera de bolso, recebia o elogio dos amigos "civis". Como "a coisa funcionava", ele tratou de conseguir um equipamento melhor. "Tudo mudou" quando os amigos fotógrafos profissionais começaram a elogiar seu trabalho. "Eles me incentivaram, passaram a me tratar como um igual", conta.

Hoje Maringas "paga as contas" fotografando eventos, festas em geral e capas de discos. Ele também é o fotógrafo do projeto de restauração do acervo do escultor João Turin, que vai se tornar uma grande exposição durante a Copa do Mundo.

Mas sem abandonar o trabalho diletante de sair, todos os dias, pela cidade; olhar atento e câmera a tiracolo. "Hoje ela já uma parte de mim. Se saio sem a câmera me sinto nu", brinca.

"Ser da aldeia e conhecer os caboclos" ajuda. E também o fato de ser um pedestre convicto. "Andando é que você consegue ver as pessoas, os olhares. Dentro de um carro, você vê outros carros", explica.

As fotos vão para a rede, mídias sociais, blogs e, às vezes, são impressas e presenteadas ao retratado. Em 2014, enfim, cedeu aos apelos para produzir um livro. "Comecei o ano com o projeto de fazer um retrato por dia. Uma maneira de me obrigar a trabalhar", conta.

Nestes 365 rostos do projeto, um deve dar mais trabalho. "Quero fazer um retrato do Dalton Trevisan. Um retrato autorizado. Estou tentando ver qual é a melhor maneira de conseguir", revela.

O homem que apaga a luz

Nascido em Curitiba, deve o apelido Maringá (a versão atual é para diferenciar de outros usuários da alcunha) ao produtor Helinho Pimentel, um dos que lhe abriu as portas do showbiz.

Começou no início dos anos 1980 como "pau pra toda obra" da produtora Macobras (de Pimentel) e passou a trabalhar com a banda Blindagem: "de colar cartazes a preparar o palco". Com o grupo, realizou um sonho: foi de mala e cuia para o Rio de Janeiro em 1985. "Chegamos, por acaso, na manhã do dia 31 de julho. À noite, vi meu time [Coritiba] dar a volta olímpica no Maracanã", gaba-se.

Para arranjar trabalho, bateu de porta em porta até acertar a de uma empresa de iluminação que produzia shows e festivais, como o extinto Free Jazz. Em pouco tempo, já fazia parte da equipe da turnê do disco Exagerado, primeiro da carreira solo de Cazuza (1958-1990).

"Fiquei com ele até ele ficar doente. Um grande amigo. Era festa 24 horas por dia, a semana toda, menos na segunda, em que ele parava para tomar uma sopinha e descansar", lembra.

Trabalhava com o cantor Emílio Santiago (1946-2013) quando foi convidado para integrar a equipe de uma cantora que estava começando. Era Marisa Monte. Com ela, foram mais 12 anos viajando o mundo inteiro. "Vi do desabrochar à consagração, mas, desde o início, ela já era uma estrela", elogia.

Ele mesmo explica quais eram suas atribuições na trupe de Marisa: "Antes de o show começar, o que acontece? Apaga-se a luz. Parece simples, mas para acontecer é preciso que o cara do canhão de luz esteja a postos, o baixista preparado, a cantora pronta na coxia, tudo certo na portaria, o público sentado. Eu tinha de cuidar para que tudo ficasse pronto e então, mandava apagar a luz", conta.

Fotografias

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]