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Dois anos após o pscicanalista alemão Sigmund Freud lançar o livro A Interpretação dos Sonhos, o dramaturgo sueco August Strindberg escreveu a peça O Sonho . O texto leva o espectador a uma viagem onírica, que discute as relações entre realidadade e ilusão. O emaranhado desses dois mundos, tecido pelo autor em 1902, estréia amanhã em Curitiba. A montagem, da Companhia Cena Hum, fica em cartaz até 17 de junho no Teatro Odelair Rodrigues.

Os 30 personagens de O Sonho deixam evidente e a viagem entre os dois mundos proposta pelo autor. A peça apresenta desde a figura mitológica de Inês – filha do deus Hidra – até personagens humanos, como o Advogado e o Oficial. Para trabalhar com essa variação de identidades e representar os cenários e situações exigidas pelo texto, o diretor utilizou o conceito freudiano de totem, que destaca a importância simbólica dos objetos. "Nessa montagem, cada objeto marca uma característica da personagem e tem um grande significado", afirma o diretor.

Uma das grandes questões da peça é quem seria o dono do delírio apresentado. Para Sada, a resposta depende do olhar de cada espectador. "Na verdade, acho que o grande protagonista, o dono do sonho, é quem assiste a peça. Porque cada pessoa vai escolher como protagonista aquele com quem mais se identifica", comenta.

Considerado um clássico da dramaturgia, O Sonho também é um desafio para quem o interpreta e dirige. "O autor dá muita liberdade para criar e o risco de se fazer as escolhas erradas é muito grande", explica o diretor. Sada levou três meses para preparar o texto final da montagem.

O trabalho de leitura da peça durou um mês, contou com o apoio de um psicólogo e envolveu também as noites de sono dos atores. "Durante o trabalho de mesa, Sada nos deu um caderno para que anotássemos os nossos sonhos todos os dias", lembra o ator Andy Gercker.

Durante o último Festival de Teatro de Curitiba deste ano, o grupo carioca Tupinambás Urbanos apresentou uma montagem do mesmo texto de Strindberg no Fringe. Sada, no entanto, garante que a leitura que deu à obra é diferente da apresentada pelo grupo do Rio de Janeiro. "Fiz uma busca maior pelo onírico e pelo mítico, procurando entender o aspecto mágico apresentado pelo autor", afirma.

Serviço: O Sonho – Teatro Odelair Rodrigues (Avenida Sete de Setembro, 2440), (41) 3209-1758. Adaptação do texto O Sonho de Strindberg. Direção de George Sada. Com grupo profissional da Cia. de Teatro Cena Hum. Quinta a sábado. às 21 horas e domingo. às 19hs. R$ 14 e R$ 7 (meia). Até 17 de junho.

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