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Gael García Bernal e Diego Luna: irmãos e rivais | Divulgação
Gael García Bernal e Diego Luna: irmãos e rivais| Foto: Divulgação

Park City - Um dos destaques latinos no Festival de Sundance é o mexicano Rudo y Cursi, do roteirista e diretor Carlos Cuarón (irmão mais novo do cineasta Alfonso Cuarón), exibido anteontem na Mostra Premiere.

Estrelado por Diego Luna e Gael Garcia Bernal, a história gira em torno de esporte, sexo e humor. O filme é uma divertida comédia dramática sobre dois irmãos, unidos na busca de uma vida melhor, mas rivais nos caminhos para consegui-la.

Beto (Luna) e Tato (Bernal) trabalham numa plantação de bananas e jogam futebol num time local. Beto é um goleiro temperamental, que ganha o apelido de Rudo e sonha em se transformar num jogador profissional. Tato, apelidado de Cursi, quer ser um cantor famoso.

Ambos dividem o mesmo sonho de construir uma casa para sua mãe Elvira, mas as coisas estão difíceis, até que surge Batuta (Guillermo Francela), um caçador de talentos. Para desagrado de Beto, é Tato quem ganha fama no campo e se transforma num astro.

Após a sessão, a Gazeta do Povo participou de uma entrevista para um pequeno grupo de jornalistas, com os irmãos Carlos e Alfonso Cuarón (diretor de Filhos da Esperança) e Guillermo del Toro (diretor do premiado O Labirinto do Fauno), um dos produtores do filme.

Carlos Cuarón começou explicando que o futebol foi utilizado apenas pano de fundo para contar a história de Rudo y Cursi. "É um filme sobre relacionamento entre irmãos, assim como eu e Alfonso. Há muitos filmes sobre futebol e neste procuramos ver o lado mais dramático que é a reação do público. O pênalti, por exemplo, é como um duelo num filme de faroeste."

Alfonso complementou dizendo que Rudo y Cursi é também uma crítica social que levanta questões sérias como desencontros, brigas de irmãos e tráfico de drogas.

"O filme é igualmente uma sátira sobre a vida dos mexicanos expressa nas pressões a que os dois irmãos são submetidos quando tentam abandonar aquela plantação de bananas em busca de um futuro mais promissor", ressaltou.

A questão da busca constante do sucesso no mundo de hoje também foi levantada por Carlos. "Nessa procura muitas vezes nos defrontamos e precisamos nos submeter a situações muito adversas. No filme, o traficante é sempre o cara mais forte e na vida real também é assim. E isso no México é assustador, pois ele compra tudo, inclusive os sonhos das pessoas", constata.

Numa comparação com Linha de Passe, de Walter Salles, que também aborda o tema do futebol e busca de uma vida melhor, Carlos disse que não vê semelhanças entre os dois filmes. "Assisti e gostei muito do filme, mas a abordagem é bem diferente. A única coisa parecida é que nas duas histórias, a solução vem através de um pênalti", lembrou.

Ao final, Del Toro falou sobre o cinema no México, destacando que os filmes mexicanos vivem hoje uma situação muito difícil. "Enfrentamos numa luta constante tentando recuperar posições internacionais e até mesmo nacionais", concluiu.

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