Durante o restauro, escultura foi transportada da escada principal do Louvre para uma ala próxima à Sala das Sete Chaminés| Foto: Antoine Mongodin/Musée du Louvre

4 milhões de euros foi o valor arrecadado pelo Museu do Louvre para a restauração da estátua grega Vitória de Samotrácia, que, nos últimos dez meses, ganhou retoques na estrutura e a na cor do mármore. Os recursos foram levantados junto a mecenas do museu e por meio de uma campanha de financiamento coletivo.

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Após dez meses afastada, uma das joias do Museu do Louvre, na França, está de volta ao topo da escadaria que dá boas-vindas aos milhões de visitantes que circulam pelo imenso acervo da instituição parisiense. Trata-se da escultura grega Vitória de Samotrácia, que passou por uma restauração em parte financiada pelos próprios cidadãos, por meio de uma campanha de crowdfunding.

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A operação, que custou 4 milhões de euros, foi paga em grande parte por mecenas do Louvre, como a a japonesa Nippon Television Holdings e a francesa Fimalac, que investiram 3 milhões de euros. O restante do valor foi resultado da campanha Todos Mecenas, encabeçada no ano passado pelo diretor do museu, Jean-Luc Martinez. A iniciativa, que consistia em um projeto de financiamento coletivo pela internet, alcançou 6,7 mil doadores individuais, que puderam contribuir com valores que iam de um a 8,5 mil euros.

De acordo com Eléonore Valais de Sibert, chefe do serviço de Patrocínio Individual do Louvre, "esta é a quarta experiência de arrecadação de fundos através da internet realizada no museu". A primeira campanha desse tipo aconteceu em 2010, para adquirir uma pintura de Lucas Cranach. Desde então, diz Valais, "a cada ano o museu propõe um campanha parecida para a aquisição ou a restauração de uma obra que completa os nossos fundos."

Obra-prima

Descoberta em 1863, nas ruínas do Santuário dos Grandes Deuses, na ilha grega de Samotrácia, a figura em mármore da deusa grega alada Nike, com 5,57 metros de altura e cerca de 30 toneladas, havia perdido a cor (com o passar dos anos, o mármore ganhou um tom acastanhado) e necessitava de retoques em sua estrutura.

Desde setembro do ano passado, uma equipe de oito pessoas trabalhou meticulosamente na peça grega do período helênico, criada há cerca de 190 anos antes de Cristo. O principal objetivo era recuperar "o contraste entre o mármore branco de Paros da estátua e o mármore cinzento da sua base em forma de barco", conforme explicou Martinez no ano passado, à época do anúncio da restauração.

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A obra apresentava ainda "alguns problemas de estrutura", que não haviam sido solucionados por um outro restauro, realizado em 1934. A base estava ligeiramente fissurada e a asa esquerda continha pequenas falhas no mármore. Durante a restauração, a estátua e os 23 blocos que compõem a base que sustenta a deusa alada e seu pedestal foram transferidos para uma ala próxima à Sala das Sete Chaminés.

Esta foi a primeira vez que a Vitória de Samotrácia foi restaurada desde que foi instalada na escadaria principal do museu, cujos degraus, que recebem cerca de sete milhões de visitantes por ano, atualmente também passam por um restauro, com previsão de conclusão no ano que vem.

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