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A Camerata Antiqua de Curitiba faz hoje um concerto que começa com o texto latino da missa e termina com a lenda da Pequena Sereia. O programa será feito em parceria com o coral dinamarquês Tritonus, que vem ao Brasil especialmente para a ocasião. O fundador do grupo europeu, John Hoybye, é o responsável pela regência e por duas das obras que serão executadas.

A peça mais tradicional do repertório é a Missa Brevis, de Mozart. Os solistas sairão tanto do coro da Camerata Antiqua quanto do coro dinamarquês, que existe desde 1971. Os dois grupos se alternam depois em composições originais de seus dois países. Os dinamarqueses apresentarão uma peça do folclore nórdico e uma composição de Hoybye, intituladas Três Motetos Brilhantes em Estéreo. Os brasileiros cantam a Suíte Nordestina, de Ronaldo Miranda. A orquestra, sem vozes, toca o Andante para Cordas, de Osvaldo Lacerda.

A parte mais importante do concerto, no entanto, talvez seja o seu final. Todos os músicos se unem para executar uma obra que Hoybye compôs sob encomenda para a Camerata. A Pequena Sereia, escrita em formato de oratório, terá sua estréia nesse concerto. "Tivemos poucos ensaios, mas os músicos brasileiros são inteligentes e estão se saindo muito bem", afirma Hoybye.

A encomenda de composições é uma das atribuições tradicionais de uma boa orquestra. No Paraná, a prática vem sendo retomada tanto pela Camerata quanto pela Orquestra Sinfônica em anos recentes. Compositores locais como Harry Crowl e Rodolfo Coelho de Souza têm sido chamados para escrever novas obras para serem estreadas em Curitiba. Esse é um caso raro, no entanto, de uma encomenda a um compositor estrangeiro.

Música moderna

No caso da Camerata, a incursão pelas composições de Hoybye também faz parte do processo de ampliação do repertório do grupo, que não se dedica mais exclusivamente à música antiga, sua especialidade. Criada nos anos 70 como uma orquestra para tocar principalmente música do Renascimento e do Barroco, a orquestra e o coral começaram a perceber que sua formação era compatível com a exigida por várias obras contemporâneas, passando a incluir os séculos 20 e 21 em seu repertório.

Hoybye conta que os músicos brasileiros estranharam um pouco o estilo da composição, mas logo se adequaram. "Coloquei os cantores dinamarqueses, que têm mais experiência nesse tipo de repertório, ao lado deles e assim eles podem ensinar um pouco sobre a nossa música aos brasileiros", comenta o compositor.

A peça, baseada no conto do escritor dinamarquês Hans Christian Andersen, terá narração em português, feita por Ademir Maurício, baixo da Camerata.

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