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Liam Neeson: um herói de ação improvável e convincente num filme com o dedo de Luc Besson | Divulgação
Liam Neeson: um herói de ação improvável e convincente num filme com o dedo de Luc Besson| Foto: Divulgação

Perfil

Confira alguns dos títulos da filmografia de Liam Neeson e os diretores com quem ele trabalhou.

Maridos e Esposas (1992), de Woody Allen

Ethan Frome (1993), de John Madden

A Lista de Schindler (1993), de Steven Spielberg

Rob Roy (1995), de Michael Caton-Jones

Antes e Depois (1996), de Barbet Schroeder

Michael Collins (1996), de Neil Jordan

Os Miseráveis (1998), de Bille August

Gangues de Nova York (2002), de Martin Scorsese

Simplesmente Amor (2003), de Richard Curtis

Kinsey (2004), de Bill Condon

Cruzada (2005), de Ridley Scott

Batman Begins (2005), de Christopher Nolan

No cinema, Busca Implacável não fez muita diferença no Brasil. Entrou em cartaz, saiu pouco depois e ninguém falou nada. Agora, o filme está disponível em DVD. No intervalo entre um lançamento e outro, ele entrou em cartaz nos Estados Unidos e, surpresa, se tornou um sucesso.

Conseguiu ficar em primeiro lugar nas bilheterias na semana de estreia – a primeira de fevereiro –, continua entre os dez mais há um mês e já rendeu US$ 80 milhões (cerca de R$ 190 milhões), mais que o dobro do seu custo, só no mercado norte-americano. É o caso de perguntar o que o filme tem para conseguir essas proezas.

Um astro que arrasta multidões ao cinema? Não. Liam Neeson é um ótimo ator, mas não é sempre que carrega uma produção nas costas. Além de nunca ter assumido um papel de herói de ação – algo que encarou em Busca Implacável, aos 56 anos de idade.

Um diretor de renome? Não. Este é apenas o segundo filme de Pierre Morel, um profissional com um bom currículo em direção de fotografia.

Efeitos visuais fantásticos, gerados por computador? Também não. O filme tem várias sequências de tirar o fôlego, mas nenhuma delas usa computação gráfica. Numa perseguição de carro, são carros de verdade, motoristas de verdade, batidas de verdade. As lutas – sim, Liam Neeson sai no braço com meio mundo – são coreografadas e bem-feitas.

Espere um pouco.

Talvez esses "nãos" expliquem o sucesso do filme. Isso e o homem por trás do roteiro e da produção: Luc Besson, o Steven Spielberg da França, diretor que fez Imensidão Azul, O Profissional, O Quinto Elemento e Joana d’Arc.

Busca Implacável oferece um produto que o público já conhece, mas com alguns elementos estranhos que funcionam. Como quem coloca cardamomo no café. Ainda é café, mas com um sabor diferente.

Bryan Mills (Neeson) é um ex-agente do governo britânico que se afastou do trabalho para ficar mais próximo da filha Kim (Maggie Grace), que vive com a mãe e o padrasto.

Neurótico como qualquer pai, mas com o agravante de ter sido um funcionário da inteligência, Mills cria várias teorias conspiratórias ao redor da filha adolescente. Quando ela pede para viajar a Paris com uma amiga – ambas são menores de idade –, a mãe deixa e o pai... deixa, mas com condições. Uma delas é carregar um celular e avisar sempre onde está, ligando de tempos em tempos.

Em Paris, a garota vira vítima de criminosos albaneses, que sequestram viajantes estrangeiras e as vendem como escravas, além de obrigá-las a se prostituírem (o que conseguem fazer viciando-as em drogas).

Mills não tem dificuldades de descobrir o paradeiro da filha e dos bandidos. Ele é quase um sessentão, mas manda bem no corpo a corpo. Para complicar a vida dos albaneses, ele tem vários contatos influentes e, pior, uma culpa gigantesca por ter sido um pai ausente. O resultado é que ele não se importa de matar, explodir, torturar, extorquir, enganar, esmurrar, chutar e atirar. Lançando mão às vezes de uma combinação de dois ou mais verbos.

As cenas de ação – todas feitas no muque – são mesmo boas. Quando ele pega um Audi para perseguir por terra os sequestradores que fogem pelo rio Sena, é impossível não lembrar de Ronin (1998), em que o diretor John Frankenheimer ignorou os computadores em nome de truques clássicos, como microfones para os motores dos carros, e bons motoristas.

Por ser uma produção européia (da França), a história é simples, mas não é ingênua como costumam ser os filmes de ação rodados nos EUA – embora o fim seja colorido exatamente como nas produções americanas. Liam Neeson pode ser um herói de ação improvável, mas convence muito. GGG1/2

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