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Cineasta americano da nova geração, o nova-iorquino Darren Aronofsky chamou a atenção da crítica com seus primeiros longas-metragens, Pi (1998) e Réquiem para um Sonho (2000). O primeiro, filmado em preto-e-branco, apresentava uma inventiva e intricada história sobre um personagem que encontrava um número que era a chave para se chegar a Deus. O segundo tinha uma edição ágil e moderna, para falar do mundo perigoso das drogas, destacando quatro personagens viciados, um deles por remédios para emagrecer, papel que valeu a sexta indicação ao Oscar à veterana Ellen Burstyn (que perdeu, até injustamente, para Julia Roberts, de Erin Brockovich). Após seis anos de muitas expectativas, o diretor volta a lançar um novo trabalho, Fonte da Vida, que chega hoje aos cinemas brasileiros.

Nesse hiato longe das telas, Aronofsky esteve cotado para dirigir a adaptação cinematográfica de Batman: Ano Um, importante quadrinho de Frank Miller e David Mazzucchelli, que reconta a história do Cavaleiro das Trevas, uma das possibilidades da retomada de sua franquia nos cinemas (que acabou acontecendo com Batman Begins, de Christopher Nolan). E também tocava o complicado projeto de Fonte da Vida, que inicialmente seria estrelado por Brad Pitt.

O astro hollywoodiano abandonou o filme em 2004, pelas famosas "diferenças criativas" com o diretor, o que implicou em outro desfalque: Cate Blanchett, que também seria protagonista e que perdeu o interesse pelo filme– coincidentemente, os dois atores fazem um casal em Babel, de Alejandro González Iñarritú, a ser lançado em janeiro de 2007 no Brasil.

Com a saída de Pitt, o orçamento da produção caiu de US$ 75 milhões para US$ 35 milhões, o que levou Aronofsky a repensar todo o audacioso projeto, uma história que se passa em três espaços de tempo distintos. Como trunfo, ele conseguiu atrair para o filme a estrela em ascensão Hugh Jackman (X-Men, O Grande Truque). Para viver dividir a tela com o ator, o diretor escalou a esposa, Rachel Weisz, laureada neste ano com o Oscar por O Jardineiro Fiel, de Fernando Meirelles.

Pitt parecia estar certo, pois se não é um desastre completo, Fonte da Vida decepciona, principalmente pela pieguice da história romântica contada, que inclui ainda alguns conceitos de metafísica, tornando-se um prato cheio para fãs de Paulo Coelho e da cultura new age.

A embolada trama começa no presente, quando o cientista Tom Creo (Jackman, que está muito bem no filme) tenta de todas as maneiras encontrar uma cura para a doença terminal da mulher Izzy (Weisz). No passado, a rainha espanhola Isabel (novamente Weisz) pede ao conquistador Tomas (Jackman outra vez) que encontre a Árvore da Vida, que pode trazer a paz para o reino – na verdade, esta história faz parte de um livro que está sendo escrito por Izzy. No futuro, o careca Tommy (Jackman) está em uma bolha espiritual, próxima do Sol, prestes a explodir, tentanto salvar a mesma Árvore da Vida.

Aronofsky costura sem muita eficácia essas três representações do amor que, no fim das contas, parecem representar um único sentimento: sua paixão real pela bela inglesa Rachel Weisz – uma cara e confusa declaração de amor. GG1/2

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