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O Lendário Chucrobillyman: monobanda desbravou a Europa | Bulla Jr./Divulgação
O Lendário Chucrobillyman: monobanda desbravou a Europa| Foto: Bulla Jr./Divulgação

Há duas décadas era tudo mais complicado. Para gravar uma fita demo, uma banda precisava desembolsar uma boa quantia a fim de cobrir os custos de um estúdio, depois fazer manualmente as cópias dos cassetes e enviá-los país afora pelos Correios. A resposta demorava a chegar – às vezes nunca chegava – e até acontecer um contato formal para shows em outras cidades e estados, passavam-se meses.

A função continua sendo trabalhosa nos dias de hoje, mesmo com o auxílio da internet e dos softwares de gravação caseira – tudo depende do empenho dos artistas. A diferença reside no poder de alcance e na agilidade proporcionada pela rede mundial de computadores. É graças a eles, aliás, que hoje nomes como Copacabana Club, Sabonetes, O Lendário Chucrobillyman e Rosie and Me, já não são estranhos à maioria dos curitibanos interessados na música feita por essas terras. "Nós fazemos parte da maioria das redes sociais: MySpace, Facebook, Twitter, Tumblr, Flickr, Orkut, YouTube, Vimeo... Usamos algumas com mais frequência e outras um pouco menos, mas tentamos deixar nossos perfis e informações o mais atualizados possível", conta Claudinha Bukowski, baterista do Copacabana Club.

Formada em 2007, foi por meio do MySpace que a banda composta por Caca V. (vocalista), Alec Ventura (guitarra), Rafael Martins (guitarra), Tile Douglas (baixo) e Claudinha (bateria) foi descoberta pelo projeto Levi's Music, que aposta em novos talentos musicais. A partir daí, os planos decolaram e hoje o currículo do grupo conta participações nos principais festivais do país e uma turnê de sete shows nos EUA, no ano passado. "No começo é difícil, você acaba tendo que arcar com boa parte dos custos das viagens. Nós guardávamos nossos cachês dos shows em Curitiba para ter grana para bancar os shows fora. No final das contas vale à pena: é o único jeito de fazer contatos e conseguir marcar shows com condições um pouco melhores mais pra frente", explica a baterista.

Para a turnê norte-americana, o Copacabana Club contou com uma "mãozinha" de Cassiano Fagundes, líder do Cassim & Barbária, banda metade paranaense, metade catarinense, que também se apresentou no festival South by Southwest (SXSW), no Texas, em 2009. "Ele entrou em contato com todos os promoters que conhecia e todos os bares em que tinha tocado. Foi assim que conseguimos marcar os outros shows", destaca Claudinha.

Parcerias

E a união faz mesmo a força. Sempre que vão a São Paulo para finalizar a gravação do primeiro CD da banda, alguns dos integrantes do Copacabana Club acabam se hospedando na casa onde moram outros músicos curitibanos, que optaram por sair daqui em busca de mais oportunidades – o quarteto Sabonetes. "Viajávamos frequentemente a São Paulo para shows e compromissos de imprensa. A mudança foi mais por uma questão logística. O mais legal daqui são as amizades e os contatos, pois a cena paulistana é formada por pessoas do Brasil inteiro e é vista e notada no país todo", explica o guitarrista e vocalista do Sabonetes, Artur Roman.

É também na base da amizade e da semelhança de interesses musicais, que o one-man-band Klaus Koti, mais conhecido como O Lendário Chucrobillyman, já rodou a Europa como sua monobanda. "Quando me convidam e sinto que as pessoas são legais e têm intenções legais para com a música, eu vou", conta Koti, que já tocou em países como Áustria, França, Inglaterra, Portugal, Slovênia e Itália.

O intercâmbio de contatos entre os grupos, além de reforçar a identidade da música feita em Curitiba, acaba abrindo portas para novas formações. Recentemente, o trio de indie-folk Rosie and Me, também revelado para o mundo a partir do MySpace, foi convidado a participar da edição deste ano do SXSW, em março, nos EUA. Devido à falta de recursos e de tempo para planejar a viagem, a banda não poderá fazer sua estreia no exterior (o evento oferece apenas o espaço para tocar), mas somente a seleção para o line-up serviu para dar-lhes a certeza de que estão no caminho certo. "Ficamos muito contentes com a oportunidade, pois sabemos que bandas do mundo inteiro se inscrevem. Com certeza, vamos nos inscrever novamente no ano que vem, e, se formos selecionados, vamos tentar fazer uma miniturnê por lá", explica a vocalista Rosanne Machado. Apoio dos colegas conterrâneos não irá faltar.

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