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Pontos nevrálgicos

Além da Lei Estadual de Incentivo à Cultura, promessa de campanha que o secretário Paulino Viapiana garante que vai se tornar realidade, o titular da pasta sinaliza que pretende estabelecer o programa estadual de fomento à cultura, reinvindicação da classe, e criar o conselho estadual de cultura, que ajudará na gestão da política cultural. A seguir, outras questões urgentes.

Sintonia

A produtora Marcia Moraes lembra que o governo do Paraná precisa manter alinhamento com o Sistema Nacional de Cultura, do Ministério da Cultura, para viabilizar ainda mais projetos em todo o estado.

Soma de Forças

O cineasta Paulo Munhoz sugere que a Secretaria da Cultura precisa agir em parceria com outras pastas, como a de Comunicação Social, entre outras, para levar a produção parananese para o Brasil e para o mundo.

Um novo tempo?

A classe artística raramente costuma ser unânime em relação a um assunto, mas parece haver uma exceção: todos estão com a esperança de que a área cultural no Paraná vai entrar em um "novo tempo". O otimismo tem explicação. Depois de duas gestões seguidas do governador Roberto Re­­quião, que canalizou a maior parte do dinheiro e da atenção para o Museu Oscar Niemeyer (MON), há sinais de que tudo, ou muito, poderá mudar.

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São muitos os desafios de Mônica Rischbieter, a nova diretora-presidente do Centro Cultural Teatro Guaíra. A comunidade e os funcionários da instituição reclamam de, praticamente, tudo. En­­tre os pedidos urgentes, emergenciais, estão a reforma geral, do chão ao teto, incluindo, principalmente, uma revisão da mentalidade de quem atua na cúpula da instituição pública.

Músicos da Orquestra Sinfônica do Paraná (OSP), que preferem o anonimato porque temem eventuais represálias, têm uma lista de reivindicações. A começar pela desocupação de muitas das salas do prédio, que deveriam ser utilizadas para guardar instrumentos – atualmente ocupadas por pessoas que trabalham no setor administrativo. "Há instrumentos enormes, que deveriam e poderiam ficar no Guaíra. Mas não. Os músicos têm de carregar de casa para o teatro. Isso não tem sentido", reclama um integrante da orquestra.

Os problemas da OSP parecem infinitos. Faltam músicos e a so­­lução seria realizar um concurso público. Para 2011, por exemplo, ainda não foi estabelecida uma pauta, reclama um outro in­­te­­grante, e isso é grave. "Não sa­­be­­mos o que será necessário estudar. É angustiante não ter uma previsão para o ano", diz o músico, que ainda lembra dos conflitos com o maestro da era Re­­quião, Alessandro Sangiorgi, que tornaram o clima insuportável. Até abaixo-assinado foi feito para substitutir Sangiorgi, que não se afinou com os instrumentistas. "A direção deveria consultar os músicos antes de escolher o maestro", sugere um dos membros da OSP.

Espaço

No entanto, na opinião dos mú­­sicos ouvidos pela Gazeta do Povo, o principal problema da OSP é a falta de espaço fixo para os ensaios – o que revela um dos impasses do Teatro Guaíra. A orquestra, em tese, pode ensaiar nos palcos do Guairão ou do Guai­­rinha, mas esses dois au­­ditórios costumam estar ocupados por terceiros, uma vez que são regularmente alugados para a realização de espetáculos e formaturas.

"A função do Centro Cultural Teatro Guaíra é fomentar produções, inclusive óperas. Isso já aconteceu. E agora? O Guaíra é, para a maioria da população, si­­nô­­nimo de palco onde acontecem grandes shows de fora. Distorceram a finalidade do espaço público", protesta um integrante da OSP.

Mas, dentro do Teatro Guaíra, pro­­blemas não são exclusividade da orquestra. O Balé, uma das mais importantes companhias de dança do Brasil, também contabiliza falta de integrantes, principalmente para a realização de espetáculos clássicos.

Cantina

A primeira-bailarina, Eleonora Greca, desde 1976 na compainha, está desiludida. "Para ser sincera, já ouvi tanta promessa. Vi de tudo. Problemas financeiros e de gerenciamento gravíssimos. Não tenho expectativas, mas seria bom se fizessem algo", afirma Eleonora.

Se o governo do estado viabilizasse turnês, no Brasil e no exterior, a bailarina ficaria mais do que satisfeita: "O Balé tem qualidade e merece uma oportunidade de mostrar a sua excelência".

Já o diretor, ator e cantor Maurício Vogue chama a atenção para algo aparentemente simples. Ele gostaria que fosse reativada a cantina, que funcionou dentro do Guaíra nas décadas de 1980 e 1990. "Todo mundo se encontrava na cantina. Até emprego, oportunidade profissional, a cantina proporcionava. Acima de tudo, era a oportunidade para a classe circular dentro do grande espaço das artes cênicas do estado", finaliza Vogue.

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