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O grupo Serenô e o músico paulistano Kiko Dinucci juntos para o show Cambaio de Milonga, no Paiol: semelhanças se encontram nas referências brasileiras tradicionais e contemporâneas | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
O grupo Serenô e o músico paulistano Kiko Dinucci juntos para o show Cambaio de Milonga, no Paiol: semelhanças se encontram nas referências brasileiras tradicionais e contemporâneas| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Desde o último final de semana, um dos artistas mais interessantes da atual cena paulistana está "infiltrado" na música de Curitiba. Apresentados por uma amiga em comum e ligados por influências e projetos artísticos convergentes, o grupo Serenô e o paulista Kiko Dinucci estão juntos para o show Cambaio de Milonga (confira o serviço completo do show), que acontece hoje e amanhã, às 21 horas, no Teatro Paiol. O esboço da parceria aconteceu no ano passado, na Sociedade 13 de Maio, e virou um projeto oficial a partir de um edital de incentivo à cultura.

"Chegamos a tocar no samba que eles fazem na 13 de maio, mas foi mais improvisado. Agora tivemos chance de elaborar mais os arranjos", diz Dinucci. O músico trouxe as composições "Oranian" e "Vias de Fato", do disco Metá Metá (2011) – em parceria com a cantora Juçara Marçal e o saxofonista e compositor Thiago França – e algumas canções de álbuns anteriores, além de inéditas de seu novo projeto de vinhetas: músicas que cabem nos 140 caracteres de uma postagem do Twitter.

De acordo com Dinucci, suas músicas foram trazidas sem arranjo definido e abertas para experimentação. "Cada um trouxe sua marca", diz. "A parceria tem que ser para ambos os lados, com todos testando a sua linguagem aos pouquinhos, à vontade. Assim funcionou minha parceria com o Serenô", diz o músico, para quem o encontro deu certo. "O que vai ser bacana nesse show são as diferenças e os pontos comuns onde a gente se encontra", diz.

As semelhanças poderão ser percebidas na releitura do tradicional pelo contemporâneo, na forte matriz de música brasileira em suas expressões "sagradas" ou "profanas", e nas referências urbanas. As diferenças, de acordo com Kiko, começam pelas particularidades de Curitiba e da capital paulista. Mas há mais proximidade que choque cultural, de acordo com o músico. "Acho que os dois estados têm muita semelhança. Quando estou em Curitiba, sinto que é como uma São Paulo que funciona", brinca o músico. "Me sinto mais extraterrestre no Rio."

O grupo Serenô faz algum suspense sobre as composições próprias escolhidas para a parceria com Dinucci. "Se a gente ficar dando muito a letra, perde um pouco o encanto. Mas está dentro do universo em que o Serenô está investindo: mistura de elementos sonoros e efeitos", diz a cantora Roseane Santos. Aos mais puristas, Roseane avisa: apesar de o samba ser a "mola mestra", o Cambaio de Milonga vai passar longe de um show de samba tradicional.

Logo depois do show de amanhã, o Serenô segue do Paiol para a Sociedade Treze de Maio (confira o serviço completo do show), para o já tradicional samba quinzenal na casa, e leva o convidado junto. Dinucci vai dividir a discotecagem com o DJ residente, Dé Gomide. O público do Cambaio de Milonga pode apresentar o ingresso do show no Paiol e pagar R$ 10 de entrada a noite toda. Na festa, Dinucci e o Serenô adiam a "separação". "Ele [Dinucci] se inseriu no nosso trabalho como se fosse um oitavo elemento, o tempo todo", diz Roseane. "Emprestou a musicalidade para o som do Serenô de forma muito generosa."

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