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 | Nicole Gulin
| Foto: Nicole Gulin

Na última segunda-feira (01) a companhia "Ribeirão em Cena" estreou em Curitiba mais uma de suas peças, Antiperipleia. Eles queriam arriscar. Frequentadores ativos do Festival de Teatro de Curitiba, eles pensaram que para 2013 algo novo teria que ser feito.

A peça é uma fusão de duas histórias que tem como base a luta de classes, preconceitos, espiritualidade e, principalmente, uma mescla entre o erotismo e a religiosidade.

A inspiração veio de dois textos de João Guimarães Rosa - escritor que vem sendo homenageado e estudado pela companhia há alguns anos. Um deles é conto "A Hora e a Vez de Augusto Matraga", onde Augusto Madraga, o fazendeiro durão que não liga para a família acaba se vendo traído pela esposa que vai embora com o amante levando também sua filha;

Na história Augusto Madraga sofre uma emboscada e é dado como morto. Porém, é salvo e volta sua vida para a religiosidade, mas não demora muito para que volte à tona os velhos costumes do fazendeiro violento. O outro texto que serviu de inspiração foi a novela "Dão-Lalalão", que acrescenta o erotismo ao espetáculo. Ele conta a história do vaqueiro Soropita, aposentado e durão, que se apaixona por Doralda, uma prostituta. Antiperipleia fez sua primeira apresentação em Curitiba na última segunda-feira. Segundo o produtor Gabriel Oliveira e a figurinista Marília Brigagão tudo foi decidido e montado em dois meses, sendo realizado apenas um ensaio geral. "Eles quase enlouqueceram", conta o diretor da peça Renato Ferreira. "Nós gostamos da receptividade, foi bacana, tive certo receio pela estreia, mas a gente arriscou e deu certo", complementa.

Apesar de pouco tempo de preparação, o entrosamento era absoluto e, se houve erros, não foram percebidos. Fato que pôde ser explicado pelo tempo que o grupo de atores estão juntos. Ferrari comenta que o principal critério para a escolha do elenco não foi simplesmente o talento, mas sim a convivência, o compromisso, dando ênfase à relação humana. "Ter uma boa relação é nossa vibe, não se busca nem mesmo talento porque ele vai acabar se desenvolvendo ou se fortalecendo".

O Fringe é uma grande vitrine e, graças a ele, a peça "Mulheres Vermelhas" ganhou âmbito nacional, sendo premiada no Festival de Teatro de São Paulo. O que não deve ser diferente para essa nova criação de "Ribeirão em Cena". Dispostos a ir "aonde Deus quiser", segundo Ferrari, a montagem apresenta sinais de ter um grande futuro pela frente.

Serviço Ultima apresentação dia 03 de abril às 17h30. Ingressos nos valores de R$ 20 a inteira e R$10 a meia.

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