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Atores distribuem cartas para o público, que após disputa determina qual dos quatro finais diferentes será apresentado na peça "Hasard", do Grupo Erro | Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
Atores distribuem cartas para o público, que após disputa determina qual dos quatro finais diferentes será apresentado na peça "Hasard", do Grupo Erro| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

Vestidos, mas debochados

Cristiano Castilho

Sem polêmica e sem polícia, mas com bastante ironia. A peça Hasard, integrante do Festival de Curitiba, aconteceu novamente nesta quarta (3), no Centro da cidade. Se na última terça-feira (2) a Polícia Militar interrompeu o espetáculo por conta da nudez inesperada de alguns atores, dessa vez a peça do grupo catarinense erro aconteceu sem maiores problemas, e com muito improviso.

Aproveitando o incidente, os atores ironizaram a corporação, simulando gestos autoritários. A polícia se manteve distante e não interferiu. Cerca de 100 pessoas acompanharam a encenação, que começou às 18 horas e terminou uma hora e meia depois, em frente ao Bondinho da Rua XV. O grupo erro é conhecido por suas peças ousadas e promete mais surpresas para nova apresentação no Largo da Ordem nesta quinta (4), às 11 horas.

A peça de rua "Hasard", do Grupo Erro, encerrou nesta quarta-feira (3) sua passagem por Curitiba com uma de apresentação tranquila. O elenco ocupou os holofotes durante a semana depois de a Polícia Militar fazer uma abordagem aos atores devido a uma cena com nudez no fim do espetáculo. Hoje, uma viatura da PM esteve no local da apresentação, mas não fez intervenções.

A montagem envolve a disputa de um jogo de cartas entre a plateia e os atores e, dependendo do naipe do baralho vencedor no final, o desfecho da história é diferente. Durante a segunda (1º) e a terça-feira (2), o naipe de ouros foi o vencedor, justamente o que desencadeia a cena do nu ao fim da peça. Na terça, os PMs chegaram a interromper a apresentação, ameaçando prender os atores, segundo o organizador da peça, Pedro Bennaton.

Nesta quarta, Luana Raiter, uma das atrizes da peça, disse que a polícia não esteve no local. Por coincidência, o jogo disputado durante a peça acabou em outro naipe, que não envolvia um final com nudez. "Todos os finais são bem diferentes um do outro. O naipe de paus [que foi sorteado nesta quarta] desencadeia um ‘furto’ ao público e nós pegamos a cartas em forma de assalto. Infelizmente não posso dizer quais são os outros desfechos, só vendo a peça", disse.

Para os curiosos, os finais dos naipes copas e espadas terão de ficar para uma próxima oportunidade. Isso porque esta quarta-feira (4) foi o último dia de apresentações da peça "Hasard" nesta temporada. No entanto, o Grupo Erro se apresenta na manhã desta quinta-feira, no Largo da Ordem, com a peça Forma de Brincar, dessa vez sem a previsão de cenas que envolvam atores nus.

Balanço positivo

A atriz da peça avalia como positiva a passagem da apresentação da "Hasard", apesar do tumulto. "Achei que foi uma experiência que valeu a pena, inclusive a situação da polícia achei positiva no fim. Percebemos que aqui em Curitiba tem um povo muito pensante, que pegou essa ação e levou para outras esferas de discussão. O debate envolveu temas como qual é o papel e a forma correta de agir da polícia, quais os limites dos atores, enfim".

PM alega denúncias

A assessoria de imprensa da Polícia Militar informou, nesta terça-feira (3), que a intervenção foi motivada por denúncias feitas à PM no dia anterior de que atores teriam ficado completamente nus. A PM confirmou ter ido ao local e conversado com atores, que foram orientados a manter pelo menos as peças íntimas, e com isso poderiam continuar com a peça. Ainda de acordo com a assessoria, se o grupo fizesse da mesma forma nesta quarta, não haveria problema nenhum - a menos que houvesse uma nova denúncia.

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