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A espera foi longa. Cinco anos se passaram desde o lançamento de Man-Made (2005), oitavo álbum da banda escocesa Teenage Fanclub. Com uma média de dois discos lançados a cada década (todos com 12 faixas inéditas, diga-se de passagem), já estava na hora de Norman Blake (guitarra e vocal), Gerard Love (baixo e vocal), Raymond McGingley (guitarra e vocal) e Francis Macdonald (bateria) presentearem os fãs com novo material. E a notícia de que Shadows, o recém-lançado nono trabalho do grupo, ainda inédito no Brasil, não apresenta qualquer novidade, está longe de ser desanimadora.

Com uma sonoridade desde sempre calcada nos caminhos melódicos seguidos pela chamada "santíssima trindade do B" – as bandas Big Star, The Byrds e The Beach Boys – o Teenage Fanclub nunca deixou de seguir a mesma fórmula em seus discos: guitarras cuidadosamente arranjadas, com ocasionais explosões de distorção; emocionantes sequências de acordes; e linhas vocais dignas de Crosby, Stills, Nash & Young. É preciso mais? Não! E Shadows é mais uma prova disso.

Uma das melhores canções já gravadas pela banda até hoje, "Sometimes I Don’t Want to Believe in Anything", faixa de abertura de Shadows, tem o mesmo efeito que o sol brilhando no céu azul de um dia gelado como hoje. É um power-pop redondo, com direito a discretos arranjos de cordas, sopros e vozes. A primeira canção de trabalho, "Baby Lee", é uma declaração de amor tão irresistível quanto a garota que dá título à canção. Composições de Love, a levemente psicodélica "Into the City" e a balada "Shock and Awe", poderiam tranquilamente integrar um próximo best of da banda.

Apesar dos mais de 20 anos de carreira, o Teenage Fanclub (que já não tem mais nada de teenager, por sinal) continua explorando com maestria novos desdobramentos harmônicos para canções de poucos, mas suficientes acordes. Um dos raros casos em que o mais do mesmo é sempre bom demais. GGGG

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