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Lorenzo é o “piᔠpor trás da banda que deixou de ser promessa | Fernanda Benini/Divulgação
Lorenzo é o “piᔠpor trás da banda que deixou de ser promessa| Foto: Fernanda Benini/Divulgação

Em um fim de semana em que Curitiba se transmutou repentinamente em alguma outra cidade repleta de shows e eventos, o Jokers foi o destino de indies locais de algumas gerações. O UV Stage, programa de rádio produzido e apresentado por Neri Rosa e Marco Stecz e veiculado na Lumen FM, saiu dos estúdios para dar vez e voz a quatro bandas curitibanas que vivem momentos diferentes em suas carreiras.

O simpático show da Lindberg Hotel mostrou a versatilidade de Claudio Romanichen, cabeça à frente das extintas bandas noventistas Electric Heaven e The Good Witches. Ao som de duas guitarras e bateria eletrônica, Romanichen e Eduardo Ambrósio mesclaram músicas propositalmente inofensivas e assobiáveis a canções com guitarras espertas ligadas na chavinha Teenage Fanclub. Autolimitado em sua proposta original, o show serviu bem como aperitivo para o Veenstra – prestem atenção neste nome.

Na apreciação da arte, de forma geral, a expectativa é inimiga do senso crítico. Mas o debute de Lorenzo Molossi – baterista da banda Dunas – com seu projeto solo foi memorável. Ao vivo, suas músicas mantiveram a essência narrativa e contemplativa, ao mesmo tempo em que ganharam intenções mais claras, muito por conta do baixo robusto de Thomas Berti, guitarrista da banda Farol Cego. Sim, a voz miúda de Lorenzo foi alijada e a guitarra solo foi espalhafatosa em alguns momentos. Mas o saldo é um potencial gigantesco para que o Veenstra, sem dúvida um dos projetos mais autênticos e interessantes de Curitiba, aconteça de verdade.

A banda IMOF passou por outro revival. O show foi uma prova de resistência e insistência de Ivan Santos, figura íntima das entranhas do underground de Curitiba – ele conhece bem os espinhos, o silêncio, a fragilidade autoconsumível da cena, inclusive. Ivan não desiste. E isso é ótimo, porque a cidade precisa de suas baladas.

Com disco recém-lançado, a This Lonely Crowd ensurdeceu a madrugada. O noise rock da banda (formada por neurocirurgiões!) ficou mais pesado e perigosamente esquizofrênico. O novo momento da TLC é uma aposta, enfim, como tudo o que fazemos na vida.

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