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Um dos álbuns devolve ao músico o título de “rei das pistas”. No outro, o bicho pega | Musictimes/Divulgação
Um dos álbuns devolve ao músico o título de “rei das pistas”. No outro, o bicho pega| Foto: Musictimes/Divulgação

CDs

Art Official Age e Plectrumelectrum

Warner Music. Pop. R$ 29,90 (cada).

Prince virou as costas para a indústria fonográfica quando o suporte de uma grande gravadora ainda era algo relevante. Isso em meados dos anos 1990, época em que, entre outras excentricidades, abdicou do próprio nome e entrou numa era de voluntária reclusão midiática. Mas ele, que um dia só teve como rival no olimpo da música pop nomes como Madonna e Michael Jackson, jamais baixou a crista. Enfurnado em seu estúdio, lançou discos regularmente, com maior e menor repercussão, e seguiu faturando milhões com suas turnês.

Quatro anos após o álbum 20Ten, Prince está de volta em dose dupla. Reatou com Warner, selo com o qual havia rompido ruidosamente em 1996, e apresenta dois álbuns simultâneos. Art Official Age é um genuíno disco de Prince (seu 33º). Aos 56 anos, ele passa em revista o DNA musical herdado de James Brown e Jimi Hendrix (uma das melhores faixas chama-se, não por acaso, "Funkroll"). Seus admiradores e imitadores podem usar as 12 faixas do disco como modelos de composição e produção. Prince mostra-se o velho senhor das pistas em "Art Official Cage" e "The Gold Standard", apresenta as belas baladas "Breakdown" e "Time" e relembra aquela rica fusão de escolas da música negra em "U Know" e "Could Be Us".

Já no disco Plectrumelec­trum o bicho pega, com ele dividindo as 13 faixas ("Funkroll" repete-se em outra pegada) com o trio feminino 3rdeyegirl: Donna Grantis (guitarra), Hannah Ford Welton (bateria) e Ida Nielsen (baixo). O destaque é a harmônica combinação de guitarras pesadas com a quebradeira característica. "Wow", na abertura, coloca-se entre as melhores canções que Prince já fez, o que não é coisa pouca. A faixa-título presta tributo a Led Zeppelin. É um disco que parece ser superior por mostrar Prince navegando em uma praia pouco usual. Mas é no conjunto dos dois novos trabalhos que seu talento se mostra revigorado. No peso ou no balanço, o baixinho prova que não perdeu nada do rebolado e da mão de hitmaker.

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