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Fenômeno de vendas da literatura e das bilheterias nos cinemas, a série Harry Potter pode ser considerada um dos marcos culturais do novo século. As aventuras do bruxinho já estão no sexto livro, mas, na tela grande, o destaque do ano passado foi o quarto episódio das histórias, Harry Potter e o Cálice de Fogo, dirigido por Mike Newell, um dos principais lançamentos deste mês nas locadoras.

É interessante ver uma obra de sucesso chegar às telas. As expectativas são grandes: será que o diretor vai conseguir manter as mesmas características que atraíram o público que leu o livro? Ou vai arriscar e fazer algo completamente diferente? Exemplos de experiências positivas e negativas são facilmente listados, indo da impressionante trilogia O Senhor dos Anéis (baseado no clássico de J.R.R. Tolkien) ao fraco A Fogueira das Vaidades (do livro homônimo de Tom Wolfe).

Visualmente não há o que reclamar dos filmes Harry Potter, todos muito bem produzidos e recheados de efeitos especiais. O problema é que tudo está muito atrelado ao texto da autora J.K. Rowling, que acompanha de perto a elaboração dos roteiros e a realização dos filmes, para não deixar que as coisas fiquem muito longe do que criou.

O primeiro filme – A Pedra Filosofal – ainda é o melhor por ser uma novidade, transformando em imagens um universo que só existia na imaginação do leitor. Depois dele, as coisas ficaram meio esquematizadas e cansativas. Os filmes basicamente tem as mesmas características: há sempre uma partida de quadribol; Harry, Hermione e Ron têm de resolver um difícil mistério; aparecem alguns novos vilões e personagens do bem (sempre interpretados por importantes atores britânicos); Harry enfrenta uma grande provação final.

Se o espectador já leu os livros, sabe muito bem o que esperar do que está vendo na tela, não há nenhuma surpresa – apenas saber se determinados personagens ou situações foram suprimidos, já que os livros de Rowling foram ficando cada vez maiores, não podendo ser adaptados em todas sua totalidade. Para quem não leu as obras escritas, no geral, fica a sensação de que as histórias falam de um mundo quase fechado, com signos específicos que só quem é muito fã da série consegue adentrar.

No quarto episódio, o atrativo é ver que os personagens (e também os atores) estão chegando na adolescência, com os hormônios à flor da pele, tendo de aprender a lidar com os sentimentos amorosos que estão surgindo – o que leva a algumas cenas engraçadas. Harry (David Radcliffe) se apaixona por uma menina oriental, que por sua vez dá mais atenção a um jovem popular na escola de Hogwarts. Hermione (Emma Watson) sente atração por um colega de uma escola rival, o que desperta os ciúmes de Ron (Rupert Grint). Um personagem importante morre – o que vai continuar acontecendo no próximo filme, Harry Potter e a Ordem da Fênix, já em produção e previsto para meados de 2007. O restante segue a cartilha da série: quadribol, mistério, vilões e provação do bruxinho – ele, mais uma vez, enfrenta o grande vilão Voldemort, que ganha a interpretação de Ralph Fiennes. GGG

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