Para espaços menores
A formação camerística, como quartetos, trios e orquestras menores, é caracterizada por poucos integrantes, o que possibilita interpretar as obras em salas pequenas (as "câmaras"), ao contrário da música sinfônica, que envolve grande quantidade de intérpretes.
O quinteto, composto por cinco músicos, tem diversas combinações possíveis de instrumentos. Tradicionalmente, o quinteto de cordas consta de dois violinos, uma viola, um violoncelo e um contrabaixo (que pode ser substituído por uma segunda viola). Os quintetos para piano também apresentam variações: em A Truta, de Schubert, o segundo violino é substituído pelo piano, já no Quinteto para Piano, de Brahms, o piano substitui o contrabaixo.
Programa
Confira as obras que o Boston Symphony Chamber Players executará no Teatro HSBC:
Ludwig von Beethoven (1770-1827)
Quarteto para Cordas, em Sol Maior, Op. 18, No. 2
Hans Krása (1899-1944)
Quarteto para Cordas (1921)
W.A. Mozart (1756 - 1791)
Quinteto para Viola, em Sol Menor, K 516
A próxima segunda-feira promete desviar-se da apatia típica do dia com uma atração internacional inédita por aqui. O Boston Symphony Chamber Players (BSCP), conjunto de câmara que integra a Orquestra Sinfônica de Boston(OSB), apresenta o quinteto de corda formado pelos violinistas Ronan Lefkowitz e Si-Jing Huang, os violistas Mark Ludwig e Rebecca Gitter e o violoncelista Sato Knudsen. O concerto no Teatro HSBC, sob a direção artística de Álvaro Siviero, integra a turnê que passará por São Paulo e Rio de Janeiro.
A Orquestra Sinfônica de Boston está entre os grupos mais importantes da música erudita norte-americana, ao lado da Orquestra Filarmônica de Nova Iorque. Entre as referências que revelam a relevância da OSB está a presença recorrente no consagrado Festival de Tanglewood (EUA), a participação na trilha sonora premiada do filme A Lista de Schindler e a atuação como corpo estável de um dos principais selos de música erudita mundial, o Deutsche Grammophon Gesellschaft.
A formação camerística, que executará obras de Mozart, Beethoven e Hans Krása, é oficialmente patrocinada como corpo estável da orquestra sinfônica um fato singular entre os grupos de câmara existentes. "É muito importante que as sinfônicas formem grupos entre os instrumentistas para que se conheçam melhor. Na medida em que estão bastante entrosados, quando se amplia para a proporção sinfônica o resultado é maravilhoso. A Orquestra de Boston tem um entendimento impressionante entre os músicos, é algo indescritível", observa o pianista Álvaro Siviero, recém-chegado de São Paulo após ter se apresentado no sábado para o Papa Bento 16, em Aparecida do Norte.
O programa da noite se concentra em compositores clássicos, com o Quarteto para Cordas, em Sol Maior, Op. 18, No. 2, de Beethoven (1770-1827) e o Quinteto para Viola, em Sol Menor, K 516, de Mozart (1756-1791). O inesperado fica por conta da execução do Quarteto para Cordas (1921), de Hans Krása (1899-1944), escolha justificada pela associação do BSCP à Terezin Chamber, instituição que preserva a memória de artistas vitimados pelo nazismo.
Compositor nascido em Praga, na antiga Tchecoslováquia, Krása foi preso pelos nazistas em 1941 e morreu três anos depois, em Auschwitz, na Polônia. "A obra de Krása traz todo o peso do sofrimento, da angústia e tensão das pessoas que viveram aqueles momentos horríveis", comenta Siviero. Assim como outros músicos confinados pelo regime de Hitler, Krása não deixou de compor no campo de concentração, onde criou, entre outras músicas, a ópera infantil Brundibar.
Concerto do Boston Symphony Chamber Players (BSCP), da Orquestra Sinfônica de Boston. Teatro HSBC (R. XV de Novembro, 11), (41)3232-7177. Dia 21, às 20h30. Ingressos a R$ 30.
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