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A banda Radiohead está de volta ao estúdio | Divulgação
A banda Radiohead está de volta ao estúdio| Foto: Divulgação

Um dos guitarristas está de joelhos, o outro acaba de arrancar parte da roupa e o cantor começou o show de jaqueta preta, mas, pulando alucinado, não aguentou nem cinco minutos e tirou.

Estamos só na segunda música do show do Radiohead deste domingo (15), na Cidade do México. É a primeira apresentação da banda em sua também primeira turnê pela América Latina. Faz cerca de 15º C nas ruas da capital mexicana. Em cima do palco, a temperatura é pelo menos dez vezes mais alta.

As 30 mil pessoas presentes ao Foro Sol (um estádio de beisebol adaptado para shows) veem o Radiohead abrir sua apresentação com "15 Step", a mesma canção que apresentou há algumas semanas no Grammy, o prêmio máximo da música dos EUA. Estranhamente para uma banda que está junta há quase 25 anos, com enorme experiência ao vivo, a começo do show é muito confuso, e o vocalista Thom Yorke chega a fazer uma entrada em falso.

Mas não demora nem um minuto para que a banda acerte o prumo. A partir daí, o que se vê é uma apresentação precisa e - tanto da parte dos músicos quanto da plateia - emocionada.

A canção em que Thom Yorke e companheiros começam a se livrar da roupa é "Airbag", do álbum "OK Computer", de 1997.

Como o guitarrista Ed O'Brien já tinha antecipado em entrevista ao "Fantástico" antes do show, o Radiohead tem total noção de que um show seu na América Latina é evento raro. Por isso, para não decepcionar os fãs, a lista de músicas engloba toda a carreira do grupo.

Depois de "Airbag", vêm "There There" e "All I Need". Esta última é apresentada de forma tão arrebatadora que provoca entrega absoluta do público.

No amplo repertório, vários destaques. "Faust Arp" aparece sem os sintetizadores da versão gravada, só com Thom Yorke e o guitarrista Jonny Greenwood nos violões. "Optmistic" e "Idioteque" vêm tão juntas que parecem mixadas.

A última canção, "Everything in its Righ Place", traz uma sutil referência a "The One I Love", do R.E.M., banda que todo mundo no Radiohead venera.

No total, nada menos que 25 músicas, incluindo duas voltas para bis.

Como destaque visual, as impressionantes colunas verticais que tomam todo o palco, como se fosses estalactites high-tech, iluminadas por LEDs multicoloridos. Ao fundo, um telão horizontal, dividido em cinco partes, mostra a banda, em tempo real, sempre a partir de ângulos inusitados.

Um dos bares do Foro Sol vendia um drinque chamado "Amnesiac", brincadeira com o nome de um dos discos do Radiohead. Trata-se de uma dose dupla de vodca, misturada a outros aditivos. Azar de quem tomou. Um show como o deste domingo é para não se esquecer jamais.

A excursão chega ao Brasil esta semana: Rio no dia 20 e São Paulo no dia 22.

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