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Em um momento de mudanças no mercado da música, com a chegada de novas tecnologias, o mp3, além da instituída pirataria, lançar dois CDs ao mesmo tempo parece ser uma jogada para lá de arriscada. Mas a tarefa fica um pouco mais fácil quando se é a principal cantora de sua geração, adorada pelo público.

Marisa Monte comprova sua força na música brasileira com o lançamento conjunto de Universo ao Meu Redor e Infinito Particular (EMI), discos que já estão entre os mais vendidos nas lojas e sites especializados. A artista retorna após um hiato de cinco anos sem apresentar um trabalho-solo de canções inéditas. Nesse período, Marisa se dedicou ao trabalho de produtora (dos CDs de Carlinhos Brown, Velha Guarda da Portela e o sambista Argemiro Patrocínio) e ao disco dos Tribalistas, parceria com Brown e Arnaldo Antunes.

Universo ao Meu Redor é um registro de sambas, resgatando algumas composições antigas, nunca gravadas em disco e que estavam se perdendo na cultura oral, além de trazer parceria com Brown e Arnaldo e uma inédita de Paulinho da Viola. A produção é de Mario Caldato, brasileiro que fez carreira nos EUA e que nunca havia trabalhado com samba. "Queria fazer um disco com esse repertório de samba, mas não desejava que ele fosse clássico, purista, da velha guarda, não via isso para mim. Acho que minha linguagem é outra. Por isso, chamei o Caldato, que é afinado com a música de hoje em dia. É um disco meu com um repertório de samba", conta a artista.

Infinito Particular foi produzido por Marisa e Alê Siqueira (Tribalistas) e apresenta as novas parcerias da compositora – Adriana Calcanhoto, Seu Jorge, Marcelo Yuka, Leonardo Reis e Rodrigo Campello –, além das tradicionais com Brown e Arnaldo. Algumas composições são antigas, nunca lançadas, sendo resgatadas de um arquivo de mais de cem fitas da artista e retrabalhadas. "Não fiz um disco experimental e outro ‘normal’. Eles não têm perfis diferentes, podem se comunicar perfeitamente da mesma forma com o público. Quem gostar do meu trabalho vai gostar de ambos."Os discos foram gravados em períodos diferentes – o primeiro foi o de samba, entre maio e setembro de 2005; o outro, entre outubro e janeiro deste ano. "É um momento gostoso, de recomeço. Estou tranqüila. Acho que, depois dos Tribalistas, rompi um pouco com o ciclo de lançar um disco e fazer turnê em seguida. Foi uma experiência muito didática, de que não existem leis e regras de como as coisas devem ser feitas", revela, lembrando do projeto de 2003, sem que Marisa, Arnaldo e Brown concedessem entrevistas ou fizessem shows.

Marisa diz que gravou muito pouco na carreira, por conta de grandes turnês que realizou – começou aos 20 anos e tem hoje 18 anos na música, mas apenas cinco CD lançados. "Tinha todo esse material e, se gravasse apenas um disco e fosse para estrada, talvez ficasse um espaço enorme de novo entre um disco e outro e eu teria outras novas composições. Então foi legal dar vazão a essas músicas. É um desafio, não só para mim, mas para a crítica e para o público", comenta.

Universo ao Meu Redore Infinito Particular também estão chegando aos mercados de Portugal, Espanha, México, Colômbia, Chile e Argentina – em abril, os registros serão lançados no restante da Europa; o lançamento nos EUA acontecerá em agosto, seguido de uma grande turnê de mais de um mês, entre setembro e outubro. A turnê brasileira se inicia, como de costume, em Curitiba, no dia 28 de abril, no Guairão. "A gente sempre começa em Curitiba e um dos principais motivos é o conforto de infraestrutura que o Teatro Guaíra nos dá", confirma a cantora, que já está ensaiando e montando a banda para as apresentações.

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