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Foram gastos R$ 76 milhões para viabilizar o Museu de Arte do Rio | Maíra Coelho/ Agência O Dia
Foram gastos R$ 76 milhões para viabilizar o Museu de Arte do Rio| Foto: Maíra Coelho/ Agência O Dia

Sobre os dois prédios que formam o novo Museu de Arte do Rio (MAR), na Praça Mauá, uma gigantesca superfície ondulada e branca, feita com 800 toneladas de concreto, remete a um pedaço fluido do oceano. A cobertura de 1,7 mil m², sustentada por 37 pilares, é marca arquitetônica da instituição cultural carioca que será inaugurada amanhã com a presença da presidente Dilma Rousseff e autoridades; no sábado, para convidados; e na próxima terçafeira para o público. Foram cinco anos de trabalho, dois anos de obras e reformas, para estruturar o museu que coloca lado a lado a arte e a educação, como dizem seus organizadores. De um lado, o Palacete D. João VI, de 1916, é o complexo expositivo, com oito salões; do outro, um edifício da década de 1940 abriga a Escola do Olhar.

"Podem nos cobrar depois", diz o diretor cultural do MAR, Paulo Herkenhoff, sobre fazer um projeto intricado de arte e educação. "A gente tem de acreditar nos sonhos, pensar grande e o intelectual tem de fazer alianças com pessoas que podem potencializar os devaneios. Para mim, a questão básica, hoje, do museu é qual o lugar da arte na esfera pública. E quem responde a isso não são os órgãos públicos, não é o Estado, um partido político, uma burocracia, é a sociedade. O que os professores universitários esperam de um museu como instituição acadêmica?", continua o diretor e curador-geral do MAR. A primeira meta da instituição é receber 600 mil alunos da rede de ensino da cidade em três anos.

Entretanto, o Museu de Arte do Rio nasce não apenas com seu mote conceitual, mas, fisicamente, superlativo. Além de ser inaugurado com quatro exposições de peso, já conta com 3 mil obras em seu acervo, mil livros de artistas, 5 mil livros em sua biblioteca, 5 mil peças de memorabilia e documentos históricos sobre o Rio de Janeiro, 42 fundos de doadores que já cederam ou vão ceder, diretamente, como pessoas jurídicas, empresas ou instituições, peças para a coleção do MAR (não em forma de comodato).

"Não vai ser um acervo eclético, mas enciclopédico", afirma Herkenhoff. A coleção vai se formar a partir de "núcleos significativos" dedicados à iconografia sobre o Rio de Janeiro, cultura afro-brasileira, memória da escravidão, abstração geométrica, artes decorativas e livros. Artistas, entre eles, Adriana Varejão e Claudia Jaguaribe, também já doaram obras para a instituição, que conta ainda com peças de criadores estrangeiros como Louise Bourgeois e Sol LeWitt, por exemplo.

Mostras de peso

O projeto original do MAR previa que o museu se dedicaria a apresentar coleções de arte importantes. Duas das mostras inaugurativas indicam esse perfil: O Colecionador – Arte Brasileira e Internacional na Coleção Boghici (do marchand Jean Boghici, que teve seu apartamento incendiado no Rio no ano passado) e Vontade Construtiva na Coleção Fadel, com preciosidades brasileiras – como um belo conjunto de pinturas de Alfredo Volpi – do acervo constituído pelo advogado Sérgio Fadel.

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