• Carregando...
Congresso em Cascavel reuniu pesquisadores acadêmicos de rock-and-roll e prestou tributo à banda Secos & Molhados | Cesar Machado/Divulgação
Congresso em Cascavel reuniu pesquisadores acadêmicos de rock-and-roll e prestou tributo à banda Secos & Molhados| Foto: Cesar Machado/Divulgação

A cidade de Cascavel, no Oeste do estado, foi palco do 1.º Congresso Internacional de Estudos do Rock. Foi a primeira vez que se teve notícia no país sobre um evento com apresentação de trabalhos científicos exclusivamente sobre o gênero musical. O encontro aconteceu no campus da Universidade Estadual do Oeste (Unioeste) e reuniu pesquisadores do Brasil, Chile, Argentina e Espanha, de 25 a 27 de setembro.

O professor Alexandre Felipe Fiuza, coordenador do evento, diz que a ideia de realizar o 1.º Congresso do Rock surgiu após uma série de estudos que ele vem realizando sobre a música popular, e depois de observar, em 2009, um congresso chamado Poéticas do Rock, realizado em Portugal. Após uma conversa com alunos, surgiu a proposta de realizar o congresso no Brasil.

A ideia é promover o evento a cada dois anos, e outras universidades já demonstraram interesse em sediar a segunda edição do congresso, mas a intenção é mantê-lo em Cascavel. O primeiro evento recebeu 200 propostas de apresentação de trabalhos. Um número considerável de pessoas acompanhou as apresentações. "Isso é algo incomum para um evento acadêmico. Você ter a pessoa apresentando e um público muito forte para debater os trabalhos que vão sendo apresentados. Essa é a parte mais rica do projeto", avalia Fiuza.

O jornalista curitibano Guilherme Carvalho apresentou seu projeto de monografia em curso de especialização, quando pesquisou as bandas de rock pesado da capital paranaense e como elas usam a internet e as novas tecnologias para se comunicar com o público. Ele usou um neologismo para identificar os metaleiros da internet, a quem se refere como "webbangers", uma variação da palavra "headbanger", usada para definir o balanço frenético de cabeças entre os amantes do rock pesado. Carvalho disse que, pelos trabalhos apresentados no congresso, é possível perceber que "muito do que se conhece da sociedade passa por essa expressão cultural e científica, a partir do rock".

Secos & Molhados

O congresso prestou ainda homenagem ao músico João Ricardo, idealizador e fundador da banda Secos & Molhados, que fez história no rock brasileiro nos anos 1970 e até hoje serve como referência para novos músicos. Completavam a formação o cantor Ney Matogrosso e o violonista Gérson Conrad. Em 1973, em pouco mais de um mês, o grupo, que completa 40 anos em 2013, vendeu 300 mil cópias de seu disco de estreia, algo fenomenal para a época (as vendas chegaram a 1 milhão de cópias em pouco mais de um ano).

As músicas do Secos & Molhados misturavam irreverência, críticas ao sistema político da época, poesia e um pouco do ritmo português, principalmente na música "O Vira". Com os rostos pintados, a banda explorava a poética cultural por meio de danças provocantes, o que chocou o público na época. "As pessoas ficavam chocadas inicialmente e depois ficavam fascinadas", conta João Ricardo.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]