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De início, a idéia pode chocar. A modelo entra na passarela com uma espécie de saco de lixo preto como se fosse um vestido, por cima de uma camiseta de manga comprida xadrez típica de Alexandre Herchcovitch.

O estilista buscou nos trabalhadores do campo e dos sertões brasileiros a inspiração para sua coleção feminina de outono-inverno, exibida no último desfile desta quarta-feira (24) no São Paulo Fashion Week.

Após o choque inicial com as criações de saco de lixo, usado para dar o chamado "efeito passarela", a explicação: uma modelo entra de vestido de vinil preto, material mais brilhoso e de efeito molhado, perfeito para uma festa noturna, combinado com salto alto.

A toalha de mesa plastificada também entrou como efeito de passarela, usada como tecido para um vestido reto azul liso na frente e estampado por dentro.

Na sequência, uma estampa parecida com a da toalha, mas em xadrez azul e marrom, apareceu em estruturados trench-coats de lã e em um casaquinho curto do mesmo material nobre.

"Fomos pesquisar as alternativas que trabalhadores... usam para se proteger, através de vestimentas, do clima austero em que trabalham", disse Herchcovitch.

Entre os acessórios, estavam chapéus de palha trançada e luvas com tiras que davam voltas nos pulsos.

A modelagem veio bem solta ao corpo, com formas amplas, ombros largos e peças sobrepostas, como uma jaqueta de vinil por baixo de um mini casaco de lã desestruturado.

"Eles (trabalhadores rurais) pensam as roupas como proteção e instrumento, e acabam criando silhuetas com uma estética muito sofisticada sem necessariamente ter isso como objetivo", explicou o estilista.

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