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Não seria supresa se Leonardo DiCaprio fosse duplamente indicado ao Oscar neste ano. Assim como em Os Infiltrados, filme de Martin Scorsese cotado para várias nomeações, o ator americano tem uma destacada atuação em Diamante de Sangue, longa-metragem do diretor Edward Zwick (O Último Samurai) que estréia hoje no Brasil.

DiCaprio vem tentando há alguns anos se desvencilhar da imagem de grande estrela conquistada em Titanic, investindo em papéis mais sérios no cinema. A mudança na carreira passa pela parceria com Scorsese – iniciada em Gangues de Nova York, seguindo com O Aviador e Os Infiltrados, e que ainda deve render um novo trabalho, no qual o ator viverá o presidente americano Theodore Rooselvelt, projeto previsto para 2008. Diamante de Sangue é um novo passo em sua trajetória, pois pela primeira vez ele vive o vilão de uma trama, no caso, o mercenário Danny Archer, que atua no lucrativo mercado de diamantes na África.

Ex-militar africano (nascido na Rodésia, atualmente Zimbábue) que serviu no exército da África do Sul (DiCaprio atua com o sotaque do país), Archer utiliza seus conhecimentos e contatos para contrabandear as desejadas pedras para os países do Primeiro Mundo. Mas Danny está cansado da vida na África e vê uma oportunidade de abandonar para sempre o continente ao conhecer Solomon Vandy (Djimon Hounsou, também em ótima interpretação).

Natural de Serra Leoa, Vandy tem a vida destroçada pelo movimento militar rebelde que toma conta do país (o filme se passa em 1999). Depois de um ataque a sua aldeia, ele vira prisioneiro, sendo obrigado a trabalhar como escravo nas minas de diamante. Para piorar, sua mulher e filhos estão desaparecidos. Ele encontra e consegue esconder um grande pedaço de diamante, sabendo que a jóia poderá significar a liberdade de sua família. Mas Danny fica sabendo da pedra e não medirá esforços para consegui-la, nem que para isso tenha de explorar Vandy, matar inimigos, aliados ou mesmo crianças – que são obrigadas a lutar nos exércitos rebeldes africanos.

Diamante de Sangue é um filme-denúncia sobre a exploração sem escrúpulos do mercado da pedra preciosa na África, que gera guerras e muitas mortes. A produção é bem dirigida por Zwick, que segue a cartilha do politicamente correto, passando uma senhora lição de moral ao fim da trama, com direito à redenção de Archer, mas tudo um tanto utópico.

A fita ainda é estrelada pela bela Jennifer Connelly (de Uma Mente Brilhante), no papel de uma jornalista idealista, que investiga os podres dos negócios com diamantes. Mas a atriz acaba servindo apenas como um refresco na trama, repleta de cenas e situações violentas, sendo também um par romântico para o personagem de DiCaprio, pelo qual se apaixona (claro). Tirando os excessos de bom-mocismo no final, Diamante de Sangue é uma fita competente, que prende a atenção do espectador. GGG1/2

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