Com 30 anos de carreira, o trio norte-americano R.E.M. passou a última metade desse tempo tentando se recuperar da saída do baterista Bill Berry, que após 17 anos na banda, decidiu virar fazendeiro em 1997. A perda, além de afetiva (Berry era um dos integrantes originais do grupo), se refletiu na sonoridade da banda que, desde então, aparentava uma necessidade incômoda de apelar para canções mais acústicas e eletrônicas, a fim de compensar a ausência do baterista.
Com o excelente Accelerate (2008), Michael Stipe (vocais), Peter Buck (guitarra, baixo e bandolim) e Mike Mills (baixo, guitarra, teclados e vocais) iniciaram um retorno à antiga forma, processo agora consolidado com Collapse into Now, 15.º álbum de estúdio de trio, lançado no início deste mês. Produzido por Jacknife Lee (Snow Patrol e Bloc Party), que já havia trabalhado com a banda no álbum anterior, o novo disco é, sem dúvida, o melhor do R.E.M. pós-Berry. Não à toa, atingiu as primeiras posições na Alemanha e na Suíça, e chegou ao quinto lugar dos rankings Billboard 200 (EUA) e UK Album Chart (Reino Unido).
Menos político e mais pessoal que os trabalhos anteriores, Collapse into Now é composto por cinco canções aceleradas, em que brilha a psicodelia das guitarras de Buck, e seis baladas emocionantes, guiadas pela voz aveludada de Stipe, que continua garantindo seu posto entre os melhores vocalistas de rock de sua geração.
Na primeira categoria está a faixa de abertura, "Discoverer", o single de trabalho "Mine Smell like Honey", a pop "That Someone Is You" e a quase punk "Alligator_Aviator_Autopilot_Antimatter" (com guitarras de Lenny Kaye e vocais da canadense Peaches). Mas os momentos mais belos do álbum são reservados às canções mais lentas, como a comovente "Walk It Back", a folk "It Happened Today" (com participações de Eddie Vedder e Joel Gibb) e a poética "Blue", na qual Stipe divide os vocais com sua musa, Patti Smth. GGG1/2
Serviço:
Collapse into Now, R.E.M. Warner. R$ 29,90. Rock.
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