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Em vermelho, a cidade de Tupãssi que tem menos de 10 mil habitantes | Reprodução Ipardes
Em vermelho, a cidade de Tupãssi que tem menos de 10 mil habitantes| Foto: Reprodução Ipardes

Com a escassez constante de bons roteiros e idéias, tornou-se prática comum em Hollywood a refilmagens de fitas de outras cinematografias do mundo. Recentemente, houve o boom do cinema de terror japonês nos EUA – como as séries O Chamado e O Grito –, mas os exemplos de remakes são os mais variados, do argentino Nove Rainhas (que rendeu o fraco 171 – Criminal) ao italiano O Último Beijo (reapresentado ao público americano no irregular Um Beijo a Mais).

Mantendo essa tendência, foi lançado este ano nos EUA Sem Reservas, filme que estréia hoje no Brasil. A produção é baseada no longa alemão Simplesmente Marta (2001), de Sandra Nettelbeck, e tem como pano de fundo um tema que interessa cada vez mais ao público – a gastronomia, estrela maior de diversos programas da televisão atualmente.

Kate (Catherine Zeta-Jones) é uma chef workaholic, que não tem tempo para relacionamentos (românticos ou familiares), pois é totalmente dedicada ao trabalho na cozinha de um movimentado restaurante de Manhattan, em Nova Iorque. As coisas se alteram quando ela é obrigada a criar a sobrinha Zoe (Abigail Breslin, a protagonista de Pequena Miss Sunshine), filha de sua irmã, que morreu em um acidente de carro justamente quando vinha visitá-la.

A nova situação faz com que Paula (Patricia Clarkson), dona do restaurante, contrate um novo chef para ajudar Kate. Ele é o divertido Nick (Aaron Eckhart), que gosta de escutar ópera enquanto prepara os pratos e é fã da cozinha italiana, para horror da sofisticada chef principal.

Como em muitos remakes americanos, várias características do original perdem sentido na adaptação. Em Simplesmente Marta, o conflito principal aparecia do contraste entre a fechada protagonista, de origem alemã, e seu envolvimento com o extrovertido italiano, que chega para ser seu ajudante.

Em Sem Reservas, esse fator é reduzido ao lugar-comum do personagem certinho que encontra um outro bem maluco, e, claro, tem sua vida completamente mudada. E o roteiro do filme dirigido por Scott Hicks (de Shine – Brilhante) está recheado dos clichês das comédias românticas – desde o início, sabe-se exatamente o que vai acontecer, seguindo a conhecida trinca aproximação-separação-reconciliação do casal central.

Sem grandes surpresas na trama, o atrativo do longa fica sendo as boas atuações do elenco e algumas cenas de gastronomia que dão água na boca. Mas, nesse quesito, como bem lembrou um jornalista amigo que acompanhou a sessão para a imprensa do filme, Sem Reservas fica a dever a Ratatouille (mesmo este sendo uma animação), que ainda tem a vantagem de ter um roteiro muito mais inventivo e original. Mesmo assim, a comédia romântica deve cair no gosto do público. GGG

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