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A vida alheia, as fofocas, os desencontros e conflitos. Temas sempre explorados nos meios de comunicação, e que rendem muito dinheiro e audiência para quem os sabe explorar com maestria. Os realitys shows também são uma vertente que casa-se perfeitamente com esses temas, somados a curiosidade do público. No Brasil, nos últimos cinco anos, eles se proliferaram por diversos canais de televisão. Enquanto alguns, como a Casa dos Artistas, do SBT, sucumbiram em meio a uma fórmula já desgastada e não tão atraente, o Big Brother Brasil retorna às telinhas dos brasileiros a partir desta terça-feira (10).

Desde de 2002, o programa torna-se o assunto do momento durante 12 semanas, nas quais romances, intrigas e opiniões acirram as rodas de conversa de Norte a Sul do país. Em sua sexta edição, o reality show global busca ao menos igualar o sucesso do BBB 5, que com Jean Willys, Graziela Massafera e companhia, teve a surpreendente média de audiência de 51 pontos. Fica a dúvida no ar: como a atração ainda se mantém em evidência depois de seis anos, e um evidente desgaste da fórmula original? A resposta se resume as inovações que cada nova edição traz para o público e para os assinantes do sistema pay-per-view.

As novidades não são muitas, mas prometem tornar o programa um pouco mais atraente. Além da disputa por R$ 1 milhão de reais, das tradicionais provas para disputa da liderança da semana, e da indicação de duas pessoas para o paredão, que acontece toda terça-feira, a casa do Big Brother Brasil passou por uma reforma total, e agora conta com ambientes temáticos e diferenciados para os participantes. Outra facilidade para o público entender melhor o que se passa no reality show é a nova forma abordagem dada aos confinados. Os "BBBs" terão que ir ao confessionário todos os dias para contar como está o clima na casa. Eles classificam, entre um e cinco, o seu humor, possíveis paqueras, medos, estresse, harmonia e saudades de alguém naquele dia. O site do programa (http://bbb.globo.com) estará publicando todos os dias os resultados, associando as informações a cada participante.

Essa interatividade com o público que adora "dar uma espiadinha" é outro diferencial que sempre levantou e muito a audiência do reality show. Seja pela internet ou pelo telefone, o Brasil inteiro acaba querendo opinar sobre os rumos da atração e, conseqüentemente, dos participantes. É essa linguagem diferenciada que traz, em todo início de ano, mais uma nova edição do BBB.

Resumidamente, a fórmula é simples. Ao transformar os participantes em personagens de uma novelinha e permitir que o espectador interfira nos rumos da "trama", o programa fisga o público acostumado com a lentidão das novelas. E quem não quer usar seu celular (o brinquedo preferido do brasileiro) para expulsar os mais irritantes da competição? Sem o ritmo ágil e a interatividade, o programa vai do nada a lugar nenhum.

É claro que o elemento humano também conta. O SBT, por exemplo, amarga o fracasso de seu novo reality show, Casamento à Moda Antiga (um Big Brother "romântico"), por causa da escalação desastrosa do elenco – composto por gente feiosa, cafona e sem um pingo de carisma. No BBB é diferente: modelos, personal trainers, atrizes, pitboys e outros aspirantes ao posto de celebridade da hora são escolhidos a dedo e colocados em situações limite. Se surgirem romances, ótimo. Se todos se odiarem, melhor ainda. Porque, no fim das contas, o público só quer mesmo é dar umas risadas antes de ir dormir.

BBB 6

Este ano, o "bafafá" em torno do programa começou bem antes, na internet. Só o site de relacionamentos Orkut conta com um universo de comunidades criadas para discutir a sexta edição do BBB. Algumas delas são mantidas por parentes dos participantes, que desde já fazem campanha para seus entes queridos junto aos internautas. E dá-lhe investigações sobre a vida pregressa dos brothers! Mariana e Daniel são amigos de longa data. Juliana foi coelhinha da Playboy. O mesmo Daniel posou nu, ao lado de Daniela Cicarelli, para uma campanha publicitária. Sem contar o caso de Leandro, eliminado antes mesmo da estréia por ter omitido que tinha amizades dentro da Globo. Esta, pelo menos, foi a informação oficial divulgada.

A maioria dos concorrentes circula pela mídia há algum tempo, fazendo pontas em comerciais, novelas, shows de auditório e ensaios fotográficos. Mesmo os apresentados como advogados ou professores já experimentaram uma rápida aparição aqui e ali. "Do povo" mesmo, só a dupla que será sorteada esta noite, ao vivo, pelo versátil Pedro Bial. E esta será a última chance de algum paranaense se juntar ao grupo dos 14 participantes do reality show.

Sobre o apresentador, vale um destaque. À vontade em sua assumida porção Chacrinha, Bial continua sendo alvo de críticas de alguns colegas da imprensa. Como se ele fosse o culpado por o jornalismo se misturar cada vez mais com o entretenimento. Mas não deixa de ser irônico que, em menos de uma semana, o repórter passe de entrevistador do presidente da República a animador de reality show. Entre o papo furado de Lula e a superficialidade dos brothers, melhor ficar com o BBB – onde, pelo menos, os indesejáveis voltam para casa mais cedo.

As críticas não se resumem ao apresentador. Existem aqueles que ainda torçam o nariz para a atração global. Mesmo os "acadêmicos de plantão" procuram desvendar eternamente os porquês do programa, sugerindo explicações sociológicas para o êxito da gincana. Mas para o grande público, a resposta para o "enigma Big Brother" é o que menos importa. Até o dia 28 de março, data da final do BBB, o que vale mesmo é "dar uma espiadinha".

Conheça os participantes do Big Brother Brasil 6

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