Matt Damon: boa interpretação não salva O Desinformante| Foto: Divulgação

Chatíssimo! Não há adjetivo mais adequado para descrever O Desinfor­­mante! (veja fotos e trailer), novo longa-metragem de Steven Soderbergh, em cartaz desde a última sexta-feira no Brasil. E assim mesmo, no superlativo. Matt Damon está ótimo como Mark Whitacre, vice-presidente interiorano de uma grande agroindústria que embarca, no início da década de 90, em um delírio megalomaníaco: julga ser capaz de salvar sua empresa de uma crise, inventando um caso de espionagem industrial do qual sairá como herói.

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Na medida em que embarca em seu delírio, que envolve corrupção e até mesmo uma parceria meio atrapalhada com o FBI, o personagem começa a perder noção dos limites entre realidade e fantasia.

Achou o argumento interessante? De fato é, mas frustra e entedia o resultado final dessa tentativa de Soderbergh mergulhar numa sátira ao mundo corporativo em torno de um personagem rico, complexo, mas que não gera empatia alguma. É uma pena, tratando-se de um diretor que já fez filmes importantes como sexo, mentiras e videotapes e Traffic. Dessa vez ele errou a mão.

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Além do bom desempenho de Damon, um ator que melhora a cada trabalho, a estética algo retrô, que já tem início nos créditos que abrem o longa e se estende à direção de arte, figurino e trilha sonora (do veterano Mar­­vin Hamlisch), é bem bacana. Mas o roteiro, excessivamente "falado", patina em suas pretensões e, principalmente, afetações (um mal recorrente no cinema "autoral" contemporâneo). Há mais estilo do que substância. Esquece-se de envolver o espectador com uma história bem narrada. Uma decepção, enfim. G1/2