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Os artistas trabalham a 16 metros de altura | Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo
Os artistas trabalham a 16 metros de altura| Foto: Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo

Locais

Confira o endereço dos murais do projeto:

• Edifício Inter Walter Sprengel (R. XV de Novembro, 964). Ao lado do Guairinha. Eduardo Melo/Artstenciva. Em execução até o dia 28.

• Edifício Muralha (Av. Marechal Deodoro, 711). Leandro Lesak/Cínico. Em execução até o dia 27.

• Edifício Piovesan (R. Pres. Carlos Cavalcanti, 69). Celestino Dimas. De 1º de abril a 5 de maio.

• Mural Coletivo. Local a definir (a partir de 4 de maio).

No longa-metragem Medianeras, o roteirista e diretor argentino Gustavo Taretto expõe um olhar trágico sobre o mar de concreto que compõe a paisagem urbana das grandes cidades. Em seu filme, o enclausuramento nesses edifícios é um dos fatores responsáveis por males como o isolamento, fobias e falta de sentimento.

VÍDEO: Assista a um registro do trabalho dos artistas do projeto Motion Layers

Ao contrário de Taretto, um grupo de artistas urbanos de Curitiba vê nesses paredões uma oportunidade de trabalhar e ajudar a tornar o ambiente das metrópoles mais habitáveis. Quem circular pelo centro de Curitiba até o começo de maio vai observar laterais de quatro prédios transformadas pelo projeto Motion Layers.

A ação dos quatro murais de escala monumental feitos com stencil (aplicação de desenho/ilustração), que envolve uma logística pesada de segurança e andaimes (os artistas produzem a 16 metros do chão, aproximadamente), é um projeto contemplado via Lei Municipal de Incentivo à Cultura, realizado pelos artistas Celestino Dimas (que já expôs no Museu Oscar Niemeyer e Museu de Arte Contemporânea); Eduardo Melo, o Artstenciva, que já mostrou trabalhos de arte urbana na Alemanha e na França; e Leandro Lesak, o Cínico, que atua como designer e ilustrador e foi um dos fundadores, em 2008, do Espaço de Arte A Casa. Cada um deles vai pintar um mural individualmente e assinarão outro coletivamente. Em todos os trabalhos há a colaboração de Luiz Fuja.

Cinema

Os três artistas escolheram como tema principal o cinema. Dimas se inspirou em Frankenstein. Já Melo escolheu O Iluminado, de Stanley Kubrick, e usou uma das frases do filme no desenho. Cínico resolveu fazer uma homenagem ao cantor Ray Charles, pois "curtiu muito" a história do artista retratada no longa-metragem Ray (de 2004, dirigido por Taylor Hackford). O quarto mural será uma reunião de ideias dos três, e ainda não há definição sobre o local em que será instalado (veja no quadro nesta página os endereços dos prédios que já receberam ou vão receber os murais).

Enquanto trabalham enfrentando frio, vento e precisam parar tudo por conta da chuva, o grupo se diverte, lá do alto, com as situações inusitadas recorrentes no centro. A recepção, diz Dimas, tem sido excelente. "A comunidade percebe que isso é para a cidade, que gera um cotidiano mais criativo." Cínico conta que é recorrente passantes que dão gritos de apoio. "Muitos batem palma, param para fotografar."

Logística

No projeto, o grupo definiu que escolheria prédios no centro da cidade, porém, a negociação para usar os espaços foi minuciosa, e precisou de muita intermediação por parte da produtora do Motion Layers, Michele Micheletto. "Tem de descobrir quem é o dono do edifício, apresentar uma prévia de como vai ficar. Tudo envolve liberação, segurança", explica. A sorte, segundo ela, é que, até então, os proprietários têm sido compreensivos e apoiadores da ideia. "Todos aqui na quadra (na Rua XV de Novembro) estão sabendo, perguntam sobre a pintura e colaboram." Os desenhos enfeitarão a paisagem urbana do centro de Curitiba por, pelo menos, um ano.

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Cultura e Lazer

Três artistas urbanos estão transformando prédios cinzentos do centro de Curitiba em arranha-céus cheios de cor e cinema.

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