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A cada dois meses, dezenas de casais vão a um bar onde bebem, conversam e então decidem se querem fazer uma troca de parceiros.

Em Sydney ou em Seattle, ninguém se assustaria, mas estamos na pudica Cingapura, onde o sexo oral é ilegal e a Playboy não circula.

Há mais de dez casas de swing em Cingapura, a maioria particulares, algumas na Internet. Com mais de 6.000 membros, a United SG Swingers, que só existe na rede, é um dos maiores redutos desse crescente movimento quase clandestino no pequeno país asiático.

"Há muito mais gente aberta à idéia, está muito difundida agora", disse um executivo de 42 anos de Cingapura, que se identificou apenas como Jack.

"O swing tem tudo a ver com o sexo. É satisfazer a urgência de ter sexo casual e fazer isso com alguém com que você se sente confortável", disse Jack, que há dez anos faz swing.

Mesmo com tanto entusiasmo, poucos adeptos contam a parentes e amigos sobre a isso, embora a prática não seja ilegal no país.

"Em Cingapura, a maioria das pessoas nos veria como pervertidos", disse um editor de 39 anos, há cinco no swing. "Olhe para as políticas do nosso governo, eles dizem 'vamos abrir', mas nossas políticas sempre continuaram muito conservadoras."

A rica Cingapura, que tradicionalmente ocupa um dos últimos lugares nos rankings das nações sexualmente mais ativas, vem tentando afastar sua reputação de puritanismo excessivo.

Na sexta-feira (17), foi inaugurada a Sexpo 2006, segunda-feira erótica do país, com ofertas que vão de brinquedos a seminários.

No site da United SG Swingers, os usuários trocam fotos eróticas, divulgam anúncios e marcam os próximos encontros. É uma comunidade muito unida, em que as pessoas recomendam bons parceiros sexuais e alertam para os ruins.

A polícia confirmou que o swing não é ilegal em Cingapura, desde que feito entre quatro paredes, haja consenso e não envolva dinheiro.

Neste ano, os organizadores da United SG Swingers começaram a organizar festas "ao vivo", em que os casais podem fazer sexo grupal em casas e hotéis da ilha.

Nessas festas, a nudez é obrigatória nos quartos. Os mais animados trocam de parceiros, enquanto outros se limitam a observar ou se exibir fazendo sexo para os demais.

Os casais envolvidos dizem que ver o parceiro em ação mantém o desejo. "É como olhar para um bolo e querer comê-lo", disse o principal organizador da United SG Swingers, o especialista em tecnologia da informação Josh, 37 anos, sob o olhar de aprovação da sua esposa, de 32.

Mas alguns swingers desaprovam essas festas, dizendo que elas podem descambar para orgias. "Não se pode estabelecer amizades puras quando há um grupo grande", disse Ishak.

"Swingers genuínos preferem estabelecer confiança - não se pode confiar numa pessoa simplesmente conhecendo-a uma vez e achar que eles vão fazer [sexo] com sua esposa."

Um australiano de 34 anos que participa das festas disse à Reuters que a prática está apenas começando a evoluir em Cingapura.

"É muito inócuo aqui, não é como em outros países", disse ele. "Em comparação com a Austrália e a Europa, é mais discreto e menos animado. Os cingapurianos são muito reservados em vários aspectos."

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