Depois de escrever peças que se passam em apartamentos e numa escola, é com uma trama passada dentro de um avião que Jô Bilac atinge o que pode ser considerado seu texto de humor mais ácido. É a opinião de Leonardo Brício, que vem com outros oito atores ao Teatro da Caixa neste fim de semana encenar “Infância, tiros e plumas”.
A presença das crianças desde o título e nos três microenredos que compõem o espetáculo não deve enganar os pais, já que a classificação indicativa é de 14 anos.
E são fortes os contos inseridos na narrativa, o que só é reforçado pelos personagens infantis. Um casal disputa a separação enquanto leva o filho aniversariante para uns dias na Disney – o milionário fez a vida depois de inventar um remédio que apaga traumas de infância, testado na mulher depressiva.
- Artistas se reúnem em encontro nacional para desenhar a beleza de Curitiba
- Filme mais longo da história tem trailer com 7 horas de duração
- “Teatro é coisa do diabo!” Pastor lança maldição contra peça curitibana encenada na rua
Um garoto mexicano de quatro anos é sequestrado para servir como mula ao tráfico de órgãos.
E uma miss mirim viaja para um concurso acompanhada do guarda-costas, que ela humilha.
Em meio à comemoração de aniversário e vários pileques, o avião sofre turbulências internas e externas. Mas o clima absurdo não deixa de conter críticas sociais, que englobam todas as classes e preconceitos.
A roupagem que veste as ideias de Jô Bilac (premiado por “Conselho de classe” e “Savana glacial”) é pouco realista e tinge o palco de cores fortes. Por exemplo, em apenas alguns momentos os passageiros estão alinhados em cadeiras – e elas surgem do chão, onde ficam embutidas no restante do tempo.
Serviço
Teatro da Caixa (R. Cons. Laurindo, 280), (41) 2118-5111. Dias 22 e 23 às 20h e 24 às 19h. R$10 e R$5 (meia). Classificação indicativa: 14 anos.
O trabalho corporal dirigido por Inez Viana também é destacado por Brício, que considera a peça “plasticamente bem bonita”.
-
Lewandoswki quer União no controle da Segurança Pública; modelo é adotado em Cuba e na Venezuela
-
Filipe Barros debate socorro ao RS e censura às críticas sobre ações de resgate. Assista ao Assunto Capital
-
Brasil cortou 48% da verba da Defesa em 10 anos, mas militares atuam em socorro a catástrofes
-
Com uma década de atraso, Brasil deve ter um plano nacional de defesa civil; ouça no podcast